Redes físicas descentralizadas avançam com IA, nuvem e IoT — e projeções falam em multiplicação de até 1.000× na próxima década
O mercado de DePin (redes físicas descentralizadas) já movimenta US$ 50 bilhões e ganhou força como a nova fronteira da infraestrutura cripto, segundo levantamento detalhado do Money Times. A tese ganhou tração ao unir hardware e blockchain para oferecer poder computacional, armazenamento, conectividade e outros serviços do mundo real com remuneração em tokens.
O que é DePin e por que importa agora
DePin (de Decentralized Physical Infrastructure Networks) é a camada cripto que coordena recursos físicos — como computação, storage e redes sem fio — por meio de incentivos on-chain. O gatilho recente vem da expansão de IA generativa, maior demanda por nuvem e crescimento da IoT, criando terreno fértil para modelos que remuneram provedores de capacidade diretamente, aponta o Money Times. Em vez do provedor centralizado capturar toda a margem, os incentivos se distribuem entre operadores da rede.
Quem são os protagonistas do ecossistema
Entre os nomes mais citados estão Render (RNDR), que coordena renderização distribuída e remunera GPUs ociosas; Filecoin (FIL), que conecta armazenamento descentralizado a clientes corporativos e cripto-nativos; e Helium (HNT), que expande cobertura sem fio por meio de hotspots de comunidade. O fio condutor é o mesmo: serviço físico + coordenação por tokens, destaca o Money Times.
Por dentro do número: de US$ 5 bi para US$ 50 bi
O valor de mercado do segmento saiu de ~US$ 5 bilhões (2022) para ~US$ 50 bilhões (2024), impulsionado pelo ciclo de IA e pela migração de workloads para arquiteturas distribuídas. Analistas citados pelo Money Times argumentam que, se DePin capturar mesmo uma fração dos gastos globais com computação, dados e conectividade, a tese ainda está no início — daí a projeção ousada de multiplicação potencial de até 1.000× no horizonte de uma década.
Tese de investimento: caso de uso + incentivos certos
A lógica econômica de DePin é caso de uso primeiro, token depois. Projetos com demanda clara (ex.: render para estúdios, storage verificável para datasets de IA, cobertura IoT para tracking logístico) tendem a sustentar receita e evitar inflacionar tokens. Já os que têm tokenomics frágeis, baixa adesão de clientes e dependem só de especulação queimam caixa e desancoram preço, alerta o Money Times.
Riscos: regulação, escala e custo real
Nem tudo são flores. O setor enfrenta riscos regulatórios, desafios de qualidade de serviço (SLA mensurável), economia de escala contra hyperscalers e ciclos de preço de hardware (GPUs, SSDs, energia). Além disso, tokenizar incentivos não elimina custos físicos: para competir fora do cripto, o serviço precisa ser mais barato, rastreável e confiável — condição necessária para sair do nicho, ressalta o Money Times.
Checklist Brasilvest: como olhar para DePin
Para separar joio do trigo, use um filtro simples baseado no que a reportagem compilou:
- Demanda real: existe cliente off-chain pagando por serviço mensurável?
- Unidade econômica: receita recorrente > subsídio do token?
- Prova criptográfica: há verificação on-chain do serviço (ex.: proofs de armazenamento/compute)?
- Moat técnico: é só token ou há infra/stack difícil de replicar?
- Governança: treasury e emissão servem à rede — não o contrário?









