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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), deixará o cargo nesta segunda-feira (1º) após 2 anos e 11 meses à frente da pasta no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele retorna à Câmara dos Deputados já mirando sua candidatura ao Senado em 2026 — movimento que, nos bastidores, era esperado desde o início do governo.
Ex-integrante da Rota, Derrite escolheu justamente um evento da tropa de elite da PM para sua despedida, reforçando a imagem que pretende levar à campanha eleitoral.
Um legado dividido: queda histórica nos roubos, mas explosão na letalidade policial
Derrite deve destacar durante a campanha seus principais indicadores positivos:
- Roubos: queda expressiva — foram 193,7 mil registros em 2024, o melhor resultado da série histórica.
- Prisão de criminosos: número crescente, segundo a gestão.
- Redução contínua de homicídios em parte significativa do estado.
No entanto, o outro lado da gestão é considerado crítico:
Letalidade policial explodiu
Sob Derrite, a PM paulista voltou a registrar números extremamente altos de mortes causadas por agentes:
- 2022: 275 mortes
- 2023: 384 mortes
- 2024: 676 mortes
- 2025 (até setembro): 471 mortes
Operações como a Escudo e a Verão, realizadas no litoral, foram as mais letais desde o Carandiru — juntas, 84 mortos.
Clima de insegurança persiste
Apesar dos números positivos, 64% dos paulistas dizem que a segurança piorou, segundo Datafolha.
Casos de grande repercussão, como os latrocínios de Vitor Medrado e Beatriz Munhos, alimentam essa percepção.
PCC mais atuante
O período também foi marcado por episódios que evidenciaram o fortalecimento da facção:
- Assassinato de Ruy Ferraz, ex-número 1 da Polícia Civil, atribuído ao PCC.
- Emboscada cinematográfica no aeroporto de Cumbica para matar o delator Antônio Gritzbach.
Horas após o crime no aeroporto, Derrite foi visto em uma festa em Maresias, o que gerou atritos internos.
Tensão com Tarcísio e estratégia eleitoral
Fontes no governo afirmam que Tarcísio acredita que Derrite usou o cargo como plataforma eleitoral desde o início.
Ele se destacou nas redes sociais com discursos duros, críticas ao Judiciário e defesa constante da polícia, inclusive em ações controversas.
A relação azedou em momentos-chave, mas o governador evitou afastá-lo para não gerar ruído político.
Câmeras corporais: mudança de postura
Derrite sempre criticou o uso de câmeras nos uniformes, mas episódios como:
- homem jogado de uma ponte por um policial,
- mortes registradas em Paraisópolis e no centro da capital,
fizeram o governo recuar.
Tarcísio admitiu que sua visão era equivocada e que as câmeras são “instrumento de proteção”.
Estupros atingem recordes
Um dos dados mais negativos da gestão:
três anos seguidos com mais de 10 mil registros de estupro — nível nunca antes alcançado.
O governo afirma trabalhar na ampliação de canais de denúncia e atendimentos especializados, mas especialistas dizem que o avanço é insuficiente.
Quem deve assumir a Segurança Pública?
Tarcísio ainda não confirmou o sucessor. Os nomes mais cotados são:
- Marcello Streifinger, atual secretário da Administração Penitenciária — visto como técnico e sem ambições eleitorais;
- Osvaldo Nico Gonçalves, delegado e número 2 da pasta.
A definição deve refletir o tom que Tarcísio quer adotar na segurança em 2026, ano eleitoral.
Perguntas Frequentes (FAQs)
Derrite realmente teve melhora nos indicadores?
Sim, especialmente em roubos e parte dos furtos. Mas a letalidade policial e os estupros cresceram.
Por que ele deixou o cargo?
Para se candidatar ao Senado em 2026.
O PCC ficou mais forte?
A atuação da facção ganhou destaque com crimes de alto impacto, como assassinatos de autoridades e emboscadas.
A população se sente mais segura?
Não. 64% dizem que a segurança piorou.
As câmeras corporais continuam?
Sim, e até ganharam nova defesa do próprio governador.









