Planejamento, pesquisa e criatividade ajudam famílias a celebrar a data sem comprometer o orçamento
por Geoffrey Scarmelote
O comércio brasileiro deve movimentar R$ 10 bilhões neste Dia das Crianças, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O valor representa um crescimento de 1,1% em relação a 2024 e confirma a data como uma das mais importantes para o varejo.
Pesquisa e comparação fazem diferença
A radiestesista Nadjla Bigatão está em busca do presente da filha mais nova, Gabriela, de 9 anos, que quer uma máquina fotográfica de revelação instantânea. “Já vi diferença de quase R$ 200 entre sites. É um presente que exige paciência e comparação, mas vale a pena pesquisar bem antes de comprar”, diz. A filha mais velha, Rafaela, de 11, ainda não decidiu o que quer ganhar.
O economista Denis Castro, MBA em Gestão Bancária e Financeira e mestre em Administração de Empresas, reforça a importância de se organizar. “Planeje antes de comprar. Evite sair às pressas. Compare preços online e em lojas físicas — a diferença pode ser grande.”
Ele também recomenda atenção ao orçamento. “Defina um limite de gasto. Estabeleça um valor máximo e respeite. Criança se diverte com o carinho, não com o preço.”
Crédito e consumo consciente
A psicóloga Renatha Yokomizo Belfort comprou o presente do filho Tito, de quatro anos, em uma loja popular. “Comprei no crédito, mas só depois de comparar os preços. Quando a gente pesquisa, descobre que dá para economizar bastante”, conta.
Denis alerta para os cuidados na hora da compra. “Negocie a forma de pagamento. Algumas lojas dão descontos à vista ou em pix/débito. Pergunte antes de pagar — pode render uma boa economia!”
Ele também lembra que as promoções podem ajudar a aliviar o bolso. “Aproveite promoções e cupons. Sites e apps de cashback e descontos ajudam a reduzir o valor final da compra.”
Estratégias familiares e presentes compartilhados
A publicitária Caroline Padilha simplificou a comemoração. O filho, Bernardo, completou cinco anos em 25 de setembro, e o presente de aniversário também vale para o Dia das Crianças. “Eu compro um presente só e deixo o mimo de outubro por conta dos avós. Assim ninguém fica sobrecarregado”, explica.
Para o economista, essa é uma boa estratégia. “Compre em grupo. Familiares podem se juntar para dar um presente melhor, dividindo o custo.”
Ele acrescenta que vale apostar em presentes mais funcionais. “Aposte em presentes úteis. Livros, jogos educativos e roupas podem ser ótimas opções que unem diversão e aprendizado.”
Menos consumo, mais presença
A jornalista Stela Jordy decidiu comemorar de forma simbólica com a filha, Heloísa, de dez anos. “Vou dar só uma lembrancinha e aproveitar o domingo para ficar com ela. Vamos ao parque, talvez fazer um piquenique. O que importa é estarmos juntas”, afirma.
Denis destaca que o valor da data vai além do consumo. “Valorize experiências. Um passeio no parque, cinema ou museu pode ser mais marcante do que um brinquedo caro.”
E lembra que o afeto pode vir também do gesto simples. “Faça você mesmo (DIY). Um presente feito à mão ou personalizado tem valor afetivo enorme — e custa pouco.”
Planejar é o verdadeiro presente
Com crédito ainda caro e renda em recuperação, o especialista resume que o equilíbrio é o melhor caminho. As oito orientações — planejar antes de comprar, definir limites, apostar em presentes úteis, comprar em grupo, fazer você mesmo, aproveitar promoções, valorizar experiências e negociar o pagamento — ajudam a tornar o Dia das Crianças uma celebração de afeto e consciência financeira.