Sem correção estrutural, país pode enfrentar juros altos e perda de credibilidade, avalia Solange Srour, da UBS Global Wealth Management
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O Brasil precisa realizar um ajuste fiscal entre 3,5% e 4% do PIB para estabilizar sua dívida, segundo a economista Solange Srour, da UBS Global Wealth Management. Ela explicou à Bloomberg Línea que a dívida pública deve subir de 74% do PIB em 2022 para 84% em 2025, o que exige medidas rápidas e estruturais.
“É necessário, no mínimo, um ajuste de 3,5 a 4 pontos do PIB para que a dívida fique onde está e não continue subindo”, disse Srour. Para ela, o equilíbrio das contas públicas é essencial para permitir a queda dos juros reais, hoje entre 7,5% e 8% ao ano, mesmo após cortes recentes na taxa Selic.
Inflação e risco fiscal no radar
O PIB brasileiro cresceu acima de 3% nos últimos três anos, mas a economista alerta que o risco fiscal ainda preocupa. Segundo Srour, “os juros reais dificilmente cairão dos patamares atuais enquanto persistir o desequilíbrio fiscal”. A inflação projetada para 2025 está em 4,5%, mas o aumento dos gastos públicos e programas sociais sem contrapartidas de receita podem pressionar o câmbio e o custo da dívida.
Velocidade e credibilidade são fundamentais
Srour também defende ações mais rápidas. “Não vamos ter muito tempo para pensar em estratégia e adotar um ajuste gradual”, afirmou. A economista acredita que reformas lentas ou ajustes tímidos podem reduzir a confiança do mercado e dificultar a estabilização da dívida. Assim, o país precisa acelerar a agenda de consolidação fiscal e avançar na reforma tributária para preservar credibilidade.
Investidores atentos e Selic em foco
O alerta da UBS reforça o tom de cautela entre investidores. A busca por renda fixa e proteções cambiais tende a crescer enquanto o governo não sinalizar um compromisso firme com o ajuste. Além disso, a incerteza sobre o déficit público pode limitar novos cortes na Selic e pressionar os juros de longo prazo.
De acordo com a Bloomberg Línea, um ajuste de 4% do PIB seria suficiente para conter o avanço da dívida, mas exigiria cortes de despesas e revisão de incentivos tributários.









