O ano de 2025 foi marcante para quem acompanha o câmbio. O dólar comercial caiu cerca de 14% frente ao real, contrariando previsões mais pessimistas do início do ano. Para se ter ideia do movimento, a moeda começou janeiro perto de R$ 6,16 e chegou ao fim de dezembro girando em torno de R$ 5,52.
Mas esse movimento não aconteceu só no Brasil. A verdade é que o dólar perdeu força no mundo inteiro, e isso teve impacto direto no comportamento da moeda por aqui.
O dólar caiu só no Brasil ou no mundo todo?
No cenário global, a fraqueza do dólar ficou evidente. O índice dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas fortes, acumulou queda de quase 9% em 12 meses. Foi uma das maiores desvalorizações recentes do índice.
Esse recuo global ajudou países emergentes, como o Brasil, a verem suas moedas se valorizarem. Ou seja, o real surfou uma onda que já vinha de fora.
Por que o dólar perdeu força globalmente em 2025?
Especialistas apontam uma combinação de fatores. Um deles foi o aumento da incerteza na política econômica dos Estados Unidos, especialmente em relação ao cenário fiscal e comercial.
Além disso, cresceram as apostas de desaceleração da economia americana e de uma possível retomada dos cortes de juros nos EUA, o que reduz a atratividade do dólar como ativo de proteção.
Outro ponto que pesou foi a postura do presidente Donald Trump, que voltou ao centro do debate econômico global e trouxe volatilidade institucional. Esse ambiente fez investidores reduzirem, ainda que de forma gradual, a exposição a ativos denominados em dólar.
E no Brasil, o que ajudou o real a se valorizar?
Se lá fora o dólar enfraqueceu, aqui dentro o real ganhou força por um motivo clássico: juros altos. O Brasil manteve em 2025 uma das maiores taxas de juros reais do mundo, o que tornou o país extremamente atrativo para o capital estrangeiro.
Esse diferencial estimulou operações de carry trade, em que investidores tomam dinheiro em países de juros baixos e aplicam onde os juros são elevados. O resultado foi entrada forte de dólares, sustentando a valorização do real durante boa parte do ano.
O dólar ficou sempre em queda ou houve virada no fim do ano?
Apesar do saldo negativo no ano, o dólar mostrou reação na reta final de 2025. A partir de dezembro, a moeda ganhou força com o desmonte de posições de investidores estrangeiros em ativos brasileiros.
O movimento foi influenciado pelo cenário político, especialmente após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, que trouxe ruído ao mercado. Pesquisas eleitorais indicando dificuldade para um cenário de ruptura política também mexeram com o humor dos investidores.
Com isso, o dólar voltou a rondar a faixa de R$ 5,50 no fechamento do ano.
O que explica essa gangorra do câmbio?
Em resumo, o comportamento do dólar em 2025 foi resultado de três forças principais:
- Desvalorização global do dólar
- Juros elevados no Brasil, atraindo capital estrangeiro
- Ruídos políticos no fim do ano, que devolveram volatilidade ao câmbio
Esse mix explica por que o dólar caiu forte ao longo do ano, mas não terminou no menor nível.
O que esse movimento ensina para 2026?
O desempenho de 2025 deixou um recado claro: o dólar não se move apenas por fatores internos. Política monetária global, decisões dos EUA e fluxo internacional de capital pesam — e muito.
Para quem investe, consome produtos dolarizados ou acompanha o mercado financeiro, entender essas dinâmicas é essencial para se antecipar aos próximos movimentos.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Quanto o dólar caiu em 2025?
O dólar comercial recuou cerca de 14% frente ao real ao longo de 2025.
O dólar caiu só no Brasil?
Não. O índice dólar (DXY) caiu quase 9% no período, mostrando fraqueza global da moeda.
O que mais ajudou o real em 2025?
O elevado diferencial de juros do Brasil atraiu capital estrangeiro via carry trade.
Por que o dólar subiu no fim do ano?
Ruídos políticos e redução de posições de investidores estrangeiros impulsionaram a moeda em dezembro.
O dólar pode cair de novo em 2026?
Depende do cenário global, da política monetária dos EUA e do ambiente fiscal e político no Brasil.









