Movimento global de aversão ao risco reforça valorização do dólar e amplia volatilidade no câmbio
O dólar iniciou a semana em alta contra diversas moedas globais, refletindo o aumento da cautela dos investidores diante das incertezas econômicas internacionais. Segundo o painel de cotações ao vivo do Investing, o movimento de fortalecimento da moeda americana foi generalizado, atingindo desde pares principais — como euro e iene japonês — até divisas emergentes, como o real e o peso mexicano.
Moeda americana em ritmo de valorização
No Brasil, o dólar comercial segue em tendência de alta e pressiona o câmbio doméstico. A valorização reflete tanto fatores externos — como o aumento das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos e o temor de desaceleração global — quanto fatores internos, como a fragilidade fiscal e as revisões nas projeções de juros.
O fortalecimento do dólar também se observa frente ao euro (EUR/USD), que opera em leve queda, e à libra esterlina (GBP/USD), que mostra volatilidade após dados econômicos fracos no Reino Unido. Já o iene (USD/JPY) registrou valorização, comportamento típico de fuga para ativos considerados seguros, conforme dados do mercado de moedas globais.
Reação dos mercados emergentes
Entre as moedas de países emergentes, o real, o peso chileno e o rand sul-africano figuraram entre as que mais perderam valor frente ao dólar. Analistas ouvidos pelo Investing apontam que a combinação de juros altos nos Estados Unidos e tensões comerciais entre Washington e Pequim tende a provocar saída de capitais de economias mais vulneráveis.
Essa dinâmica pressiona as bolsas locais e pode impactar a inflação nos próximos meses, uma vez que o câmbio influencia diretamente o custo de importados e matérias-primas.
Próximos passos do mercado cambial
Para especialistas, o comportamento do dólar nas próximas semanas dependerá de dois fatores principais: o tom dos discursos do Federal Reserve e a evolução da guerra comercial entre EUA e China. Caso a retórica americana endureça, novas rodadas de valorização do dólar são esperadas.
Enquanto isso, investidores monitoram o comportamento das taxas de juros futuras e eventuais intervenções dos bancos centrais locais para conter a volatilidade.