O dólar encerrou a semana em queda e deixou o mercado em modo expectativa máxima. O motivo? Crescem as apostas de que os Estados Unidos podem cortar ainda mais os juros em 2026, o que muda completamente o jogo para moedas, bolsas e investimentos globais.
Mesmo com discursos contraditórios de dirigentes do Federal Reserve (Fed), a leitura predominante foi clara: o ciclo de afrouxamento monetário pode não ter acabado. E quando os juros americanos dão sinais de queda, o dólar costuma sentir primeiro.
Por que o dólar caiu nesta semana?
A principal razão está na política monetária dos EUA. O Fed reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto, levando o patamar para 3,75% ao ano, e indicou que ao menos mais um corte está no radar para o próximo ano.
Com isso, o dólar comercial acumulou queda de 0,41% na semana, encerrando cotado a R$ 5,41. Apesar de ter subido levemente na sexta-feira, a moeda chegou a oscilar forte durante o pregão, batendo R$ 5,37 na mínima e R$ 5,42 na máxima.
Esse comportamento mostra que o mercado ainda está tentando calibrar o otimismo, digerindo falas que nem sempre caminham na mesma direção.
O que os dirigentes do Fed estão sinalizando?
As declarações dos membros do Fed foram decisivas para mexer com o câmbio.
A presidente do Fed da Filadélfia, Anna Paulson, afirmou que está mais preocupada com a fraqueza do mercado de trabalho do que com um novo avanço da inflação. Essa fala foi interpretada como um sinal de que juros menores podem ser necessários para sustentar a economia.
Já o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, foi ainda mais direto. Ele afirmou que projeta mais cortes de juros em 2026 do que a maioria dos colegas, deixando claro que não pretende manter uma postura restritiva no próximo ano. Segundo ele, há espaço para uma redução mais agressiva das taxas.
Por outro lado, a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, adotou um tom mais cauteloso. Defensora de juros mais altos por mais tempo, ela passa a ter direito a voto nas decisões do Fed em 2026, o que adiciona incerteza extra ao cenário.
Como os juros dos EUA afetam o dólar?
Quando os juros americanos caem, o dólar tende a perder força globalmente. Isso acontece porque investidores passam a buscar ativos mais arriscados, como ações e moedas de países emergentes, em busca de maior retorno.
Na prática, menos juros nos EUA significam menos demanda por dólar. Foi exatamente isso que começou a se refletir nos preços ao longo da semana, mesmo com o índice DXY operando praticamente estável frente a outras moedas fortes, como euro e iene.
O que o investidor precisa observar agora?
O cenário segue sensível a qualquer nova fala do Fed. Cada discurso pode mudar o humor do mercado em minutos. Para quem investe, o momento exige atenção redobrada, principalmente em estratégias ligadas a câmbio, renda variável e ativos internacionais.
A tendência para 2026 ainda não está definida, mas uma coisa é certa: o dólar deixou de ser consenso de alta no curto prazo.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que o dólar caiu mesmo com incertezas nos EUA?
Porque o mercado passou a apostar em mais cortes de juros em 2026, o que reduz a atratividade da moeda americana.
O Fed já confirmou novos cortes de juros?
Não oficialmente. O banco central sinalizou espaço para cortes, mas ainda depende dos dados de inflação e emprego.
Juros menores nos EUA favorecem quais ativos?
Normalmente favorecem ações, mercados emergentes e ativos de maior risco, enquanto pressionam o dólar.
O dólar pode voltar a subir?
Sim. Novos dados econômicos ou falas mais duras do Fed podem reverter rapidamente o movimento.
Esse cenário afeta o Brasil?
Sim. Dólar mais fraco tende a aliviar pressão sobre inflação e juros no Brasil, mas tudo depende do cenário externo.









