Moeda americana perde força diante de superávit comercial e aumento de posições na B3.
O real costuma se fortalecer em períodos de forte entrada de capital estrangeiro e de fluxo positivo de exportadores. Esse movimento se intensifica em momentos de superávit elevado da balança comercial, criando uma base de sustentação para a moeda brasileira. O desempenho é especialmente relevante em um país tão dependente de commodities quanto o Brasil, que costuma registrar saldos expressivos nas exportações.
De acordo com dados oficiais citados pelo Estadão, exportações de soja, petróleo e minério de ferro continuam batendo recordes em volume e preço. Esse cenário contribui para um fluxo constante de dólares no país, gerando pressão de baixa sobre a moeda americana. A combinação entre superávit robusto e maior interesse por ativos de risco amplia a liquidez no mercado cambial.
Além disso, a Bloomberg destaca que investidores estrangeiros vêm aumentando posições na B3, especialmente em derivativos ligados ao Ibovespa. Essa entrada de recursos ocorre em momentos de maior confiança na política monetária e na atratividade dos juros reais no Brasil, que seguem entre os mais altos do mundo. Esse diferencial ajuda a manter o real competitivo frente a outras moedas emergentes.
No entanto, especialistas lembram que a trajetória do dólar é marcada por volatilidade. Segundo o Valor Econômico, fatores como o risco fiscal interno, as decisões de agências de rating e os desdobramentos da economia global continuam pesando sobre as projeções. Assim, mesmo com fundamentos positivos, não se descarta a possibilidade de correções abruptas em períodos de estresse.
A perspectiva de médio prazo é de que o câmbio continue oscilando em função do balanço entre o fluxo de exportações e as incertezas fiscais. Para analistas, esse equilíbrio torna o real uma moeda ao mesmo tempo atrativa e arriscada, exigindo cautela dos investidores na hora de posicionar portfólios.