Investidores reagem a incertezas fiscais e ao cenário tenso entre Brasil e Estados Unidos
O dólar abriu em alta e o Ibovespa recuou nesta terça-feira (7), acompanhando o clima de cautela que domina os mercados globais. Às 10h20, a moeda americana avançava para R$ 5,35, enquanto o principal índice da bolsa brasileira caía 0,38%, para 143.100 pontos, segundo o G1. O movimento reflete a preocupação com as relações comerciais entre Brasil e EUA e com a incerteza fiscal no país.
Tensões externas aumentam a aversão ao risco
O início do pregão foi marcado por maior busca por proteção. Com as discussões entre Lula e Donald Trump sobre tarifas e exportações, o investidor estrangeiro age com prudência. Assim, o dólar se fortalece globalmente, enquanto moedas emergentes perdem espaço.
Além disso, o shutdown americano ainda pesa sobre o humor dos mercados, pois paralisa parte da máquina pública e adia dados econômicos importantes. Dessa forma, o cenário internacional adiciona volatilidade e reduz o apetite por ativos de risco.
Investidores reagem ao risco fiscal interno
No ambiente doméstico, as preocupações fiscais continuam no radar. O governo tenta equilibrar as contas públicas e conter gastos, mas as medidas anunciadas até agora ainda geram dúvidas. Por isso, parte do mercado prefere reduzir exposição em ações e aumentar posições em dólar.
Mesmo assim, setores com forte peso exportador, como mineração e papel e celulose, conseguem amenizar parte das perdas, já que se beneficiam de um câmbio mais alto. Ainda assim, o clima geral é de espera e correção após os ganhos recentes da bolsa.
Papéis em destaque e comportamento do mercado
Entre as maiores pressões no índice, bancos e varejistas recuam, refletindo o temor de desaceleração no consumo. Já empresas ligadas a commodities mostram alguma resistência, impulsionadas pela alta do petróleo e do minério de ferro.
Além disso, investidores seguem atentos aos próximos passos do Banco Central, que deve avaliar o impacto cambial sobre a política monetária. Caso o dólar mantenha tendência de alta, há chance de ajuste nas expectativas para a Selic, o que influencia diretamente o fluxo para renda variável.
O que observar ao longo do dia
O foco do mercado está nas declarações de autoridades econômicas e em possíveis desdobramentos da agenda comercial Brasil-EUA. Qualquer sinal de conciliação pode aliviar o câmbio e sustentar a bolsa. Por outro lado, um tom mais duro nas negociações pode provocar nova rodada de aversão ao risco.
Enquanto isso, o investidor monitora o comportamento do real frente a outras moedas emergentes e os dados de inflação esperados para a semana. Caso a confiança melhore, há espaço para recuperação parcial ainda hoje.
No geral, a terça começa com um tom de cautela e realização, mas também com expectativa de ajuste rápido se o cenário internacional esfriar. Como sempre, o dólar dita o ritmo, e o Ibovespa tenta se equilibrar entre a pressão fiscal e o otimismo moderado do exterior.