Movimento de recuperação da moeda americana reflete cautela global e incertezas fiscais no Brasil
O dólar encerrou a semana passada com a melhor performance desde 2024, segundo análise do BTG Pactual publicada pelo Money Times. A moeda americana acumulou ganhos diante da aversão ao risco global e das preocupações com o quadro fiscal brasileiro, que voltaram ao radar dos investidores após novas declarações do governo sobre gastos e déficit.
De acordo com o relatório do banco, o câmbio pode retomar pressão compradora nas próximas semanas caso persistam as incertezas externas e domésticas. O BTG observa que o real, apesar de ter mostrado força pontual em setembro, segue vulnerável a movimentos de aversão global.
Pressões externas e cenário político local
A valorização do dólar tem sido influenciada por uma combinação de fatores internacionais, incluindo o comportamento dos Treasuries americanos, que continuam em patamares elevados, e as dúvidas em torno dos próximos passos do Federal Reserve. O mercado avalia se o banco central dos EUA manterá os juros altos por mais tempo, o que reforça o fluxo para ativos em dólar.
No Brasil, o aumento das despesas públicas e a dificuldade do governo em avançar com medidas de ajuste fiscal mantêm o câmbio pressionado. A percepção de risco político também tem afetado a confiança do investidor estrangeiro, o que reduz a entrada de capital no país.
Expectativas para o curto prazo
O BTG Pactual projeta que, no curto prazo, a moeda deve continuar negociando próxima da faixa de R$ 5,45, com tendência de alta moderada. O banco lembra que “a sustentação do real depende de sinais claros de compromisso fiscal”, reforçando que novos episódios de incerteza no governo podem acelerar a busca por proteção cambial.
A análise conclui que o real continua sensível a mudanças no ambiente internacional e que o comportamento do dólar será determinado pelo equilíbrio entre risco global e credibilidade da política econômica doméstica.









