Os empresários brasileiros ficaram mais otimistas com a inflação, mas isso não significa alívio total para o bolso do consumidor. Uma nova pesquisa mostra que, apesar da queda nas projeções inflacionárias para 2025 e 2026, aumentou o número de empresas que pretendem reajustar preços acima da inflação.
O dado revela uma contradição importante: o cenário macro parece melhorar, mas a pressão nos preços finais ainda preocupa.
O que mudou na expectativa de inflação?
Segundo levantamento divulgado pelo Banco Central, as empresas reduziram suas projeções para a inflação nos próximos anos.
Os números mostram:
- Inflação em 2025 caiu de 5% para 4,5%
- Inflação em 2026 recuou de 4,5% para 4,2%
A pesquisa ouviu 240 empresas fora do setor financeiro e indica uma percepção mais positiva em relação à estabilidade dos preços no médio prazo.
E o dólar? Empresários estão mais confiantes?
Sim. As empresas também passaram a projetar uma valorização do real. A expectativa para o câmbio em seis meses aponta o dólar em R$ 5,50, abaixo da projeção anterior de R$ 5,60.
Esse movimento sugere menor pressão externa sobre custos, especialmente em setores dependentes de importações.
Como as empresas veem o crescimento do PIB?
Apesar do otimismo com a inflação, as projeções para o crescimento econômico seguem mais cautelosas do que as de economistas e do próprio governo.
As empresas esperam:
- PIB de 2,1% em 2025, abaixo da projeção do BC e do mercado
- PIB de 1,8% em 2026, levemente inferior à estimativa anterior
Ou seja, o empresariado enxerga uma economia crescendo, mas sem grande fôlego.
Então por que os preços podem subir acima da inflação?
Esse é o ponto mais sensível da pesquisa. Após três trimestres de queda, voltou a crescer o número de empresas que afirmam que pretendem reajustar preços acima da inflação.
Entre os motivos apontados estão:
- Custos ainda elevados em algumas cadeias produtivas
- Necessidade de recompor margens
- Incertezas sobre crescimento econômico
- Pressões salariais e logísticas
Na prática, isso significa que mesmo com inflação menor, o consumidor pode continuar sentindo aumentos no dia a dia.
A percepção sobre a economia melhorou?
Sim, mas com ressalvas. O próprio Banco Central destaca que:
- A avaliação da situação econômica atual melhorou, mas ainda é negativa
- O otimismo em relação ao desempenho dos setores segue estável, sem entusiasmo
O sentimento geral é de cautela, não de euforia.
O que esse cenário indica para 2025 e 2026?
O retrato que emerge é misto:
- Inflação mais controlada no horizonte
- Crescimento econômico moderado
- Empresas mais confiantes, mas ainda defensivas
- Risco de repasses de preços acima do índice oficial
Para o consumidor, isso significa que o controle da inflação não garante preços mais baixos, especialmente em setores com pouca concorrência.
Conclusão: inflação menor não significa alívio imediato
A redução das expectativas inflacionárias é uma boa notícia, mas o aumento da intenção de reajustes acima da inflação acende um alerta. O cenário segue desafiador, com empresas tentando proteger margens e consumidores atentos aos preços.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
A inflação deve cair em 2025?
Segundo os empresários, sim. A projeção é de 4,5%.
Por que os preços podem subir mesmo com inflação menor?
Porque empresas planejam reajustes acima do índice para recompor margens.
O crescimento do PIB preocupa?
O crescimento é positivo, mas abaixo do esperado por economistas e governo.
O dólar deve cair?
A expectativa das empresas é de valorização do real no curto prazo.









