Com juros mais estáveis e melhora nas expectativas econômicas, mercado de capitais brasileiro volta a atrair planos de abertura de capital.
Depois de um ciclo de paralisação marcado por instabilidade macroeconômica e aumento expressivo da taxa Selic, o mercado de capitais brasileiro começa a dar sinais de recuperação. A previsão é de que 2025 traga uma nova onda de IPOs (ofertas públicas iniciais), reacendendo o apetite por investimentos em ações de empresas estreantes na bolsa.
Entre 2020 e 2021, mais de 40 empresas abriram capital na B3, impulsionadas por juros baixos e liquidez global abundante. Mas esse movimento foi abruptamente interrompido com a escalada da inflação, o aperto monetário no Brasil e no exterior, e o aumento da aversão ao risco. Desde então, o mercado entrou em compasso de espera — até agora.
Com a estabilização da Selic e um cenário mais previsível para a economia brasileira, bancos de investimento e companhias já começam a se movimentar. Setores como tecnologia, saúde, infraestrutura e energia aparecem como os mais promissores para uma nova safra de IPOs, segundo fontes do mercado consultadas por veículos como Valor e Exame.
A própria B3 informou que mais de 40 empresas já formalizaram interesse em abrir capital em 2025. Embora nem todas avancem com os planos, o número é visto como um sinal relevante de recuperação de confiança. Analistas destacam que o sucesso dessas ofertas dependerá não só da demanda doméstica, mas também do apetite do investidor estrangeiro — que responde por uma fatia relevante das negociações no Brasil.
Para o investidor pessoa física, a possível retomada dos IPOs pode representar novas oportunidades de diversificação e valorização de carteira. Mas o alerta permanece: é preciso analisar os fundamentos da empresa, seus resultados, planos de expansão e governança — evitando cair no efeito manada que marcou parte da euforia de 2021.
A volta das aberturas de capital é considerada por muitos economistas um termômetro da saúde do mercado. Quando as empresas voltam a buscar recursos na bolsa, é porque veem viabilidade, confiança e perspectiva de crescimento — o que também sinaliza otimismo com os rumos da economia brasileira no médio prazo.