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domingo, dezembro 28, 2025
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Empréstimos ficam mais caros mesmo com Selic em 15% — entenda por quê

Mesmo com a taxa Selic mantida em 15% ao ano pelo Banco Central, o custo dos empréstimos para famílias e empresas tem aumentado nos últimos meses. Essa aparente contradição tem gerado questionamentos no mercado financeiro sobre a eficácia das políticas monetárias e a dinâmica do crédito no Brasil em 2025.

Especialistas afirmam que, embora a Selic seja o principal instrumento para influenciar juros na economia, outros fatores fazem com que os empréstimos fiquem mais caros na prática — como spread bancário elevado, expectativas de inflação e condições de mercado que vão além da simples taxa básica.

O que significa manter a Selic em 15%?

A Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), é a taxa básica que orienta os juros em toda a economia — incluindo empréstimos, financiamentos e rendimentos de aplicações financeiras. Manter a Selic em 15% indica que o Banco Central deseja conter a inflação, que ainda está acima da meta oficial.

No entanto, mesmo com a Selic estável, a taxa real de juros — que desconta a inflação esperada — pode subir, refletindo expectativas de inflação mais baixas e, paradoxalmente, aumentando o custo efetivo do crédito para o consumidor.

Por que os empréstimos ficaram mais caros

1. Spread bancário historicamente elevado

No Brasil, o spread bancário — a diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro e o que cobram dos tomadores de crédito — está entre os mais altos do mundo. Isso eleva os juros cobrados dos consumidores independentemente da Selic.

Enquanto a Selic funciona como referência, o spread incorpora custos operacionais, risco de inadimplência e margem de lucro dos bancos, o que pode independer da política monetária imediata.

2. Taxa real de juros aumenta mesmo com Selic estável

Mesmo com a Selic parada em 15%, a taxa real de juros pode subir se as expectativas de inflação caírem. Analistas apontam que a taxa real de juros no Brasil chegou perto de 9,74% em novembro de 2025 — um nível alto que encarece o custo do crédito para famílias e empresas.

3. Demanda por crédito ainda forte em segmentos específicos

Economistas destacam que, apesar dos juros alto, alguns segmentos da economia continuam com forte demanda por crédito, especialmente em créditos ao consumo e linhas de empréstimos pessoais. Essa pressão por crédito pode fazer com que instituições financeiras mantenham juros altos por mais tempo.

4. Conjuntura macroeconômica e expectativas

Quando o mercado espera que os juros continuem elevados por um longo período, os agentes econômicos exigem rendimentos mais altos para compensar o risco. Isso pode fazer com que bancos cobrem juros ainda maiores, mesmo com a Selic estável.

Impactos de empréstimos mais caros

  • Consumidores podem adiar planos de compra de bens duráveis ou serviços financiados, pressionando o consumo.
  • Empresas podem reduzir investimentos em expansão ou contratação de mão de obra, afetando o crescimento econômico.
  • Inadimplência pode subir se famílias e empresas assumirem dívidas que não conseguem pagar.

O que esperar para 2026?

Com a Selic mantida em 15% e projeções de possível corte de juros apenas no início de 2026, o custo de crédito no Brasil pode permanecer elevado por mais algum tempo. Mesmo que a Selic caia gradualmente, fatores como spread elevado e condições macroeconômicas podem continuar sustentando juros altos em algumas linhas de crédito.

Conclusão

O fato de os empréstimos terem ficado mais caros mesmo com a Selic estável em 15% revela que a taxa básica de juros não é o único determinante do custo de crédito no Brasil. Spread bancário elevado, taxa real de juros mais alta e expectativas econômicas pesadas explicam parte desse fenômeno.

Entender esses fatores é essencial para quem planeja tomar crédito ou renegociar dívidas. Para acompanhar cada atualização sobre crédito, juros e economia brasileira, continue lendo o Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQ)

Por que os empréstimos ficaram mais caros mesmo com a Selic estável?

Mesmo com a Selic em 15%, a taxa real de juros pode subir e os bancos mantêm spreads elevados, o que encarece o crédito.

O que é spread bancário?

Spread bancário é a diferença entre o custo que o banco paga para captar recursos e o que cobra dos clientes nos empréstimos.

A Selic influencia diretamente o custo do crédito?

Sim, mas outros fatores, como risco, custos operacionais e expectativas de inflação, também influenciam o preço final dos empréstimos.

Quando os empréstimos podem ficar mais baratos?

Se a Selic começar a cair e se os spreads bancários diminuírem, o custo do crédito pode diminuir. Expectativas do mercado apontam para cortes a partir de março de 2026.

Qual é a diferença entre taxa nominal e real de juros?

A taxa nominal é o que está publicado (ex.: Selic), enquanto a taxa real desconta a inflação esperada, refletindo o custo efetivo do crédito.

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