Dívida preocupa analistas; cenário pressiona credibilidade fiscal e reforça necessidade de ajuste estrutural
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O endividamento público brasileiro voltou a crescer e atingiu 78,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro, o equivalente a R$ 9,75 trilhões, segundo dados do Banco Central divulgados pelo G1. O avanço ocorre em meio à combinação de juros altos, déficit nas contas públicas e crescimento econômico moderado, o que reacende a preocupação de economistas e investidores com a sustentabilidade fiscal do país.
Dívida em alta e risco fiscal crescente
De acordo com o Tesouro Nacional, o aumento da dívida foi impulsionado pelo déficit primário acumulado de 2025, pela elevação do custo de rolagem dos títulos públicos e pela desvalorização cambial, que encarece parte da dívida indexada ao dólar. Para analistas ouvidos pelo G1, a deterioração das contas públicas representa um sinal de alerta para a credibilidade do arcabouço fiscal, que vem enfrentando dificuldade em conter despesas obrigatórias e manter o equilíbrio entre receitas e gastos.
Além disso, a manutenção da Selic em 15% ao ano tem elevado o custo de financiamento do governo, o que deve prolongar a tendência de alta da dívida nos próximos trimestres. Economistas alertam que, caso o ritmo continue, o país pode encerrar 2026 com a dívida bruta próxima de 82% do PIB, aproximando-se do recorde registrado durante a pandemia de Covid-19.
Impactos sobre mercado e política econômica
O avanço da dívida pressiona o governo a buscar medidas de ajuste fiscal mais consistentes, como a revisão de gastos e a ampliação de receitas. No entanto, o ambiente político segue desafiador: há resistência no Congresso em relação a cortes de despesas e a aprovação de novos tributos. Esse cenário aumenta a percepção de risco entre investidores e pode influenciar a trajetória do câmbio e dos juros futuros.
Para o mercado financeiro, a deterioração das contas públicas reduz o espaço para uma queda sustentada da Selic, além de elevar o prêmio de risco exigido pelos compradores de títulos públicos. A preocupação também se reflete nas agências de classificação de risco, que observam com cautela a execução do arcabouço fiscal e o desempenho da arrecadação federal.
O que observar daqui para frente
O governo deve apresentar até o fim do ano uma atualização do Relatório de Riscos Fiscais, que trará novas projeções para a dívida e para o resultado primário. Segundo o G1, a expectativa é de que o Tesouro defenda medidas de compensação orçamentária e de contenção de gastos obrigatórios para conter a escalada da dívida.
Em meio a esse contexto, especialistas reforçam que o desafio do Brasil será equilibrar responsabilidade fiscal e política social. O aumento do endividamento compromete a capacidade de investimento público e pode restringir o crescimento, exigindo disciplina e previsibilidade nas próximas decisões econômicas.









