A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou um vídeo que rapidamente repercutiu nas redes sociais ao tratar a autodeportação de imigrantes em situação irregular como um “presente de fim de ano”. A peça, direcionada inclusive a brasileiros, faz parte da nova estratégia do governo Donald Trump para acelerar deportações e reduzir a imigração ilegal.

No material, o governo americano apresenta a saída voluntária do país como a “melhor oferta da vida”, oferecendo viagem gratuita e um auxílio financeiro de US$ 1.000 para quem aceitar retornar ao país de origem. A abordagem, vista por muitos como provocativa, expõe o tom mais duro da política migratória no segundo mandato de Trump.

O que diz o vídeo divulgado pela embaixada dos EUA

No vídeo publicado nas redes oficiais da embaixada, a mensagem é direta: imigrantes em situação irregular são convidados a baixar o aplicativo CBP Home, preencher os dados pessoais e aceitar a autodeportação.

A narração afirma que o governo americano cuidará de toda a logística da viagem e ainda concederá o valor em dinheiro após o retorno ao país de origem. O material descreve a iniciativa como algo rápido, gratuito e vantajoso, usando linguagem publicitária típica de campanhas promocionais.

O que é o aplicativo CBP Home

O CBP Home foi criado durante o governo Trump para estimular a autodeportação voluntária. Segundo o próprio governo dos EUA, o aplicativo oferece:

• passagem de volta gratuita
• perdão de multas por permanência irregular
• bônus financeiro de US$ 1.000

Ele substituiu o antigo CBP One, lançado na gestão de Joe Biden, que permitia o agendamento de entrevistas para entrada legal nos Estados Unidos pela fronteira. Trump encerrou o CBP One logo após assumir, deixando milhares de migrantes sem alternativa formal de regularização.

Brasileiros entram no foco da política migratória

A divulgação do vídeo no Brasil não é um caso isolado. Ao longo de 2025, a embaixada americana publicou outras mensagens direcionadas a brasileiros em situação irregular, incluindo postagens irônicas e campanhas alertando contra práticas como o chamado “turismo de nascimento”.

Os números reforçam o endurecimento: as deportações de brasileiros cresceram mais de 36%, alcançando o maior patamar desde 2020. Até outubro, mais de 2.200 brasileiros já haviam sido retirados do território americano.

Trump endurece e triplica meta de prisões

A ação da embaixada faz parte de uma estratégia maior. O governo Trump determinou que o ICE (serviço de imigração) passe a realizar até 3.000 prisões de imigrantes irregulares por dia, triplicando a meta anterior.

A prioridade absoluta passou a ser a retirada rápida de estrangeiros sem status legal, reduzindo custos de processos judiciais e pressionando pela saída voluntária antes da prisão.

Críticas e impacto internacional

Especialistas e entidades de defesa dos direitos humanos criticam o tom da campanha, afirmando que tratar a deportação como “presente” banaliza dramas humanos, separa famílias e ignora contextos sociais e econômicos dos migrantes.

Apesar das críticas, o governo americano mantém o discurso de que a iniciativa oferece uma alternativa “mais digna” do que a deportação forçada — argumento que divide opiniões dentro e fora dos Estados Unidos.

Para acompanhar os desdobramentos dessa política migratória e outros temas internacionais que impactam brasileiros, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

O que é autodeportação?

É a saída voluntária de um imigrante em situação irregular do país onde está.

O que o governo dos EUA está oferecendo?

Viagem gratuita de volta ao país de origem e auxílio financeiro de US$ 1.000.

O que é o aplicativo CBP Home?

É um app do governo americano criado para facilitar a autodeportação voluntária.

Brasileiros podem usar o aplicativo?

Sim, o aplicativo é voltado a imigrantes irregulares de qualquer nacionalidade.

Essa política começou agora?

Ela foi reforçada no segundo mandato de Donald Trump, iniciado em 2025.

As deportações aumentaram?

Sim. O número de brasileiros deportados cresceu mais de 36% em relação ao ano anterior.