Negociações bilaterais se intensificam em meio à disputa por recursos estratégicos
O governo dos EUA pressiona o Brasil para abrir o mercado de minerais críticos e reduzir barreiras comerciais, enquanto o Brasil exige o fim das taxas e sanções impostas por Trump. Essa troca de demandas compõe o cenário de negociação econômica entre os dois países. O InfoMoney traz os detalhes.
Minerais e concessões americanas
Os EUA demonstram interesse em recursos estratégicos brasileiros como lítio, silício, grafita, terra-rara e cobre. Eles esperam que o Brasil reduza tarifas sobre esses insumos e facilite importações de produtos industriais.
Além disso, Washington quer menor regulação para grandes plataformas digitais americanas que operam no Brasil. Essa parte da pauta prevê concessões em impostos sobre software, streaming e aplicativos.
Rebote político e demandas do Brasil
O Brasil, por sua vez, condiciona abertura comercial à retirada de sanções impostas pela administração Trump. Entre as medidas contestadas, estão restrições pessoais e bloqueios a investimentos brasileiros.
Para negociar, o governo brasileiro exige contrapartidas como transferências de tecnologia, investimentos estruturais e respeito à soberania sobre reserva mineral. Assim, o Brasil busca equilíbrio e reciprocidade.
Desafios e riscos na mesa diplomática
Essa negociação enfrenta entraves fortes. Por um lado, minérios estratégicos impactam política energética, defense e mobilidade elétrica. Por outro, tarifas e sanções têm profundidade legal e implicam riscos fiscais e reputacionais para ambos os lados.
Além disso, interesses internos divergem: indústria nacional teme concorrência excessiva; setor de tecnologia quer proteção regulatória. Por isso, qualquer acordo dependerá de ajustes finos.
O que observar daqui pra frente
Investidores e governos devem acompanhar os anúncios oficiais de ambos os lados. Se Brasil ceder em minerais sem obter compensações claras, poderá haver reações do Congresso e setores econômicos.
Do outro lado, se os EUA não flexibilizarem sanções, o Brasil poderá retaliar com tarifas próprias ou buscar apoio internacional em fóruns como a OMC.