Medida anunciada por Donald Trump atinge familiares e aliados do governo colombiano sob acusação de facilitação ao narcotráfico
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O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou sanções contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusando-o de permitir a expansão do narcotráfico. A decisão foi divulgada pelo G1 e pela Associated Press nesta sexta-feira (24).
As restrições incluem bloqueio de bens nos EUA, proibição de transações com empresas norte-americanas e suspensão de vistos para o presidente colombiano, familiares e membros de seu governo. Além disso, o Departamento do Tesouro destacou que a medida faz parte de um pacote mais amplo de combate ao crime organizado na América Latina.
Escalada diplomática entre Bogotá e Washington
A medida aprofunda a tensão entre os dois países, que historicamente mantêm cooperação próxima em segurança e comércio. Conforme a Reuters, o governo colombiano convocou seu embaixador em Washington para consultas e analisa medidas diplomáticas de resposta.
Em pronunciamento oficial, Petro classificou as acusações como “calúnias infundadas”. Ele também declarou que buscará defesa na Justiça norte-americana, segundo o El País. Além disso, o presidente colombiano acusou Washington de interferência política e afirmou que levará o caso a organismos internacionais.
Efeitos regionais e riscos econômicos
A crise ocorre em um momento delicado para a América Latina, que enfrenta desaceleração econômica e maior aversão a risco. Por isso, o impasse entre EUA e Colômbia pode reduzir investimentos estrangeiros, afetar o crédito internacional e desacelerar acordos bilaterais.
De acordo com a Reuters, a deterioração das relações bilaterais tende a pressionar o câmbio colombiano e elevar o risco-país da região andina. Consequentemente, o cenário pode gerar reflexos no Brasil, uma vez que parte das cadeias de exportação de commodities passa por rotas logísticas compartilhadas.
Impacto político e imagem internacional
As sanções têm peso político e simbólico. Elas isolam um dos principais líderes de esquerda da América Latina e reforçam a postura intervencionista da Casa Branca. Além disso, a medida põe em xeque as negociações de segurança regional e o histórico plano conjunto de combate às drogas, em vigor há mais de vinte anos.
O episódio também pressiona outros governos latino-americanos a se posicionarem. O México e o Chile manifestaram preocupação com o precedente aberto, enquanto o Brasil monitora os efeitos diplomáticos dentro da CELAC e do Mercosul. Assim, a tensão vai muito além da Colômbia e pode redefinir o equilíbrio político regional.
O que acompanhar nos próximos dias
- Reação do governo colombiano — Petro pode solicitar mediação da OEA ou da ONU, buscando apoio internacional.
- Respostas da Casa Branca — novos pacotes de sanções financeiras e comerciais continuam no radar.
- Efeitos econômicos regionais — moedas locais e preços de commodities exportadas pela Colômbia podem sofrer pressão adicional.
Em síntese, a escalada entre Washington e Bogotá reacende o debate sobre os limites das sanções unilaterais. Além disso, evidencia como diplomacia e economia seguem profundamente interligadas. Para analistas, o episódio representa um retrocesso nas relações interamericanas e impõe novos desafios aos países que tentam equilibrar diálogo político e estabilidade regional.









