A corrida pelas moedas digitais acaba de ganhar um novo capítulo: 10 bancos europeus se uniram para criar a Qivalis, um consórcio que vai lançar uma stablecoin lastreada no euro. A iniciativa pretende equilibrar o jogo global dos pagamentos digitais, hoje dominado por empresas e moedas dos Estados Unidos, como as stablecoins pareadas ao dólar.
A Qivalis nasce com nomes de peso — ING, UniCredit, BNP Paribas, Caixabank, SEB, Banca Sella, entre outros — e já tem liderança definida. Jan-Oliver Sell, ex-executivo da Coinbase na Alemanha, assume como CEO. Floris Lugt, líder de ativos digitais do ING, será o CFO. Já o presidente será Howard Davies, ex-comandante do NatWest.
Por que a Europa criou a Qivalis?
A decisão é estratégica. Nos últimos anos, stablecoins ligadas ao dólar, como o USDT da Tether, explodiram em adoção e hoje somam cerca de US$ 185 bilhões em circulação. O avanço rápido criou um descompasso no mercado financeiro global: enquanto os EUA consolidam sua força digital, a Europa tenta evitar ficar para trás.
Com regras mais claras nos EUA — graças ao Genius Act, assinado pelo presidente Donald Trump — grandes empresas americanas estão prestes a lançar suas próprias stablecoins. Para bancos europeus, isso significa a urgência de ter um ativo digital forte, competitivo e alinhado ao euro.
Quem faz parte do consórcio Qivalis?
O grupo, anunciado inicialmente em setembro, começou com:
- ING
- UniCredit
- Banca Sella
- KBC
- DexiaBank
- Danske Bank
- SEB
- Caixabank
- Raiffeisen Bank International
Agora, também inclui o BNP Paribas, reforçando a ambição de criar uma stablecoin de referência para o continente.
Quando o “euro digital” da Qivalis será lançado?
A empresa já iniciou o processo para obter a licença de Instituição de Dinheiro Eletrônico (EMI) junto ao banco central holandês. A expectativa é que a aprovação leve entre seis e nove meses, permitindo o lançamento oficial da stablecoin no segundo semestre de 2026.
Essa estrutura regulatória é essencial para garantir transparência, rastreabilidade e segurança — pontos decisivos para que a moeda ganhe adoção em larga escala entre bancos, empresas e órgãos governamentais.
O que muda no mercado global com a Qivalis?
Se o projeto avançar como planejado, a Europa poderá:
- fortalecer o euro como referência em pagamentos digitais;
- reduzir dependência de stablecoins ligadas ao dólar;
- ampliar a integração financeira dentro da União Europeia;
- dar mais segurança a empresas que lidam com operações internacionais;
- acelerar a inovação bancária em cripto e Web3.
Tudo isso com a força de instituições tradicionais que, até pouco tempo atrás, evitavam o risco das criptomoedas — e agora enxergam nelas uma oportunidade de liderança.
Conclusão: a disputa pelas moedas digitais está só começando
Com a criação da Qivalis, a Europa envia um recado claro: não quer perder espaço no mercado de stablecoins. Enquanto os EUA afinam sua estratégia regulatória e empresas americanas se preparam para lançar moedas digitais próprias, os bancos europeus tentam posicionar o euro digital como alternativa global.
O segundo semestre de 2026 promete ser decisivo para o futuro das finanças digitais — e a Qivalis pode ser o grande destaque desse movimento.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O que é a Qivalis?
É um consórcio formado por 10 grandes bancos europeus para lançar uma stablecoin lastreada no euro.
Quando a stablecoin deve ser lançada?
O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2026, após aprovação da licença EMI.
Quais bancos fazem parte do projeto?
Entre os principais estão ING, UniCredit, BNP Paribas, Caixabank, SEB e Danske Bank.
Por que a Europa quer uma stablecoin própria?
Para competir com stablecoins ligadas ao dólar e fortalecer o euro no mercado digital.
A stablecoin será regulada?
Sim. A Qivalis está solicitando licença ao banco central holandês para operar como Instituição de Dinheiro Eletrônico.
Os EUA influenciaram esse movimento?
Sim. O avanço das stablecoins americanas e o Genius Act aceleraram a necessidade de uma resposta europeia.









