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terça-feira, novembro 25, 2025
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Ex-âncora de TV é condenada a 10 anos por fraudar programa de auxílio nos EUA

Uma reviravolta dramática no mundo da mídia e da fintech: Stephanie Hockridge, ex-âncora de TV nos Estados Unidos, foi condenada a 10 anos de prisão por participação em um esquema que desviou mais de US$ 63 milhões (aproximadamente R$ 340 milhões) do programa Paycheck Protection Program (PPP), criado para socorrer pequenas empresas durante a pandemia da Covid-19.
Além disso, ela deverá pagar quase US$ 64 milhões em restituição aos cofres públicos.

Quem é Stephanie Hockridge?

Stephanie Hockridge (42 anos) trabalhou como âncora de notícias no canal ABC15 Phoenix, nos Estados Unidos, entre 2011 e 2018.
Em abril de 2020, ela passou a atuar no setor de fintech como cofundadora da empresa Blueacorn, com sede no Arizona. A promessa pública era ajudar pequenas empresas a se qualificarem e receberem empréstimos do programa PPP.

O esquema: Como funcionava e o que deu errado?

1. Programa PPP e contexto da pandemia

O Programa Paycheck Protection foi criado pelo governo dos EUA para apoiar pequenas empresas durante a pandemia de Covid-19. Ele permitia empréstimos garantidos que podiam se tornar perdoados se usados para manter empregados, pagar despesas etc. O ambiente de urgência e volume facilitou fraudes.

2. A atuação da Blueacorn

  • A Blueacorn alegava ajudar clientes a obter os empréstimos.
  • Internamente, segundo investigação, ela priorizava clientes “VIP” sob serviço chamado “VIPPP”, cobra comissão elevada e incentivava envio rápido de pedidos, mesmo com documentos duvidosos.
  • Hockridge e seu marido, Nathan Reis, foram acusados de fabricar folhas de pagamento, declarações de imposto de renda e extratos bancários para aumentar os valores dos pedidos.
  • A empresa teria processado bilhões em pedidos e recebido mais de US$ 1 bilhão em taxas de processamento, enquanto gastou muito pouco em verificação de fraude.

3. A acusação e condenação

No julgamento, Hockridge foi condenada por um único crime de conspiração para cometer fraude por meio eletrônico (“wire fraud”), e foi absolvida de quatro outras acusações de fraude por meio eletrônico.

Em 21 de novembro de 2025, ela recebeu 10 anos de prisão, mais restituição de cerca de US$ 64 milhões e dois anos de liberdade condicional após o cumprimento.
A autoridade da acusação resumiu:

“Esta ré explorou uma emergência nacional para lucrar pessoalmente com um programa apoiado por contribuintes.”

Repercussão & lições principais

Esse caso evidencia como programas de emergência podem se tornar alvo de fraude massiva quando controles fiscais são fracos. O relatório do Congresso dos EUA apontou claramente falhas de verificação de elegibilidade e supervisão em empresas como a Blueacorn.

Empresas do setor fintech que administram ou intermedeiam empréstimos públicos devem ter controles rígidos, auditorias e verificações robustas para evitar responsabilização criminal.

Risco reputacional para ex-mídia

A transformação de uma figura pública de mídia em executiva de fintech com envolvimento em esquema fraudulentos mostra como reputação, credibilidade e governança podem se desconectar rapidamente.

Para o investidor ou público

  • O dinheiro envolvido (US$ 63 milhões) mostra o tamanho do escândalo.
  • A pena elevada reforça que fraudes com fundos públicos não ficam impunes.
  • O caso pode abrir precedente para mais ações criminais em fintechs que operaram em programas de socorro à pandemia.
  • No Brasil, programas de auxílio também foram objeto de denúncias e, portanto, essa história traz alerta sobre transparência e controle em momentos de crise.

Conclusão

O caso de Stephanie Hockridge marca um divisor de águas: uma figura midiática que virou executiva de fintech virou ré por fraudar um programa de auxílio emergencial. A combinação de urgência, volume de recursos públicos e a exploração de lacunas de fiscalização produziu uma condenação contundente.

Esse episódio serve de alerta global: em períodos de crise, operadores de programas públicos e empresas que os intermediários precisam agir com máxima integridade e transparência.

Se você quer seguir acompanhando casos semelhantes — fraudes em auxílios emergenciais, fintechs sob investigação ou mudanças na regulação de empréstimos públicos — continue lendo no Brasilvest e fique ligado.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que levou Stephanie Hockridge a ser condenada?

Ela foi condenada por participar de um esquema que fraudou o programa Paycheck Protection Program (PPP), desviando milhões em empréstimos emergenciais durante a pandemia.

Qual foi a pena recebida pela ex-âncora de TV?

Hockridge recebeu 10 anos de prisão, além da ordem de pagar quase US$ 64 milhões em restituição ao governo dos Estados Unidos.

Como funcionava o esquema dentro da Blueacorn?

O esquema usava documentos falsificados para inflar valores de empréstimos, priorizava clientes “VIP” e aprovava pedidos sem a checagem adequada exigida pelo programa federal.

Quem mais foi investigado ou envolvido no caso?

Outros executivos, incluindo o marido de Hockridge, foram citados nas investigações por participação direta no envio de documentos fraudulentos e na operação do serviço “VIPPP”.

Qual era o objetivo original do programa PPP?

O programa foi criado para ajudar pequenas empresas a manter empregados e cobrir despesas essenciais durante a crise causada pela Covid-19.

Por que o caso ganhou tanta repercussão internacional?

A condenação envolve uma figura pública conhecida e expõe falhas graves no sistema de fiscalização durante a pandemia, chamando atenção para crimes envolvendo fundos públicos.

A condenação pode influenciar outras investigações?

Sim. O caso abre precedentes e fortalece ações contra fraudes semelhantes em empresas que atuaram nos programas emergenciais do governo dos EUA.

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