Mesmo com restrições comerciais, volume exportado cresce e reforça a força do agronegócio brasileiro
O Brasil registrou novo recorde nas exportações de carne bovina em setembro, mesmo diante do impacto do tarifaço americano, segundo o G1. As vendas externas somaram 238 mil toneladas, o maior volume mensal da história, superando o resultado de agosto em 7%.
Agronegócio mantém fôlego mesmo com barreiras externas
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o desempenho reflete a forte demanda asiática, especialmente da China, que segue como principal destino da carne brasileira. Apesar das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos agropecuários, o Brasil ampliou sua presença em outros mercados e conseguiu compensar as perdas.
Além disso, o câmbio favorável ajudou a impulsionar as exportações, já que o dólar valorizado torna o produto nacional mais competitivo. Dessa forma, frigoríficos conseguiram equilibrar custos e garantir margens positivas mesmo em cenário de incerteza internacional.
Desempenho recorde reforça liderança global
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o Brasil mantém a posição de maior exportador mundial de carne bovina, com crescimento acumulado de 11,8% no ano. Essa liderança se explica pela eficiência logística e pela alta produtividade das fazendas brasileiras.
Enquanto isso, países concorrentes como Austrália e Argentina enfrentam limitações climáticas e problemas de oferta. Assim, o Brasil consolida sua vantagem competitiva, mesmo em meio à instabilidade geopolítica e ao protecionismo americano.
Frigoríficos ganham com câmbio e novos mercados
Os principais frigoríficos — como JBS, Marfrig e Minerva Foods — aproveitaram a valorização do dólar e a demanda externa aquecida para ampliar o faturamento. Conforme o InfoMoney, essas empresas registraram forte aumento nas receitas em moeda estrangeira, o que deve refletir positivamente nos balanços do quarto trimestre.
Além disso, novos acordos comerciais com países do Oriente Médio e da América Latina ajudaram a diversificar os destinos da carne brasileira. Esse movimento reduz a dependência da China e fortalece a resiliência do setor.
Riscos no horizonte e perspectiva para o fim do ano
Apesar dos bons resultados, especialistas alertam que o cenário ainda exige cautela. O aumento das tarifas americanas e a desaceleração econômica global podem afetar o ritmo de exportações até dezembro. Ainda assim, o setor agropecuário segue otimista.
A expectativa é de que o Brasil encerre 2025 com recorde histórico de exportações, superando 2,4 milhões de toneladas no acumulado do ano. Caso esse ritmo se mantenha, a receita cambial do agronegócio pode ultrapassar US$ 13 bilhões, reforçando o papel estratégico do país no comércio global de alimentos.
Força do campo e peso na balança comercial
Em síntese, o recorde de setembro confirma que o agronegócio brasileiro continua sendo um dos pilares da economia, mesmo diante das adversidades externas. O setor mantém alta produtividade, forte competitividade e papel central na geração de divisas.
Portanto, mesmo sob pressão de tarifas e desaceleração global, o Brasil prova que ainda é uma potência agroexportadora — e que seu desempenho no campo segue sustentando o crescimento do país.