Após 11 anos de parceria, a família Diniz se despediu oficialmente do Carrefour (CRFB3). O conselho de administração da rede francesa confirmou nesta quarta-feira (12) que a família Saadé assumiu o posto de novo acionista principal, com cerca de 4% do capital social da companhia.
A movimentação marca o fim da presença da Península Participações, holding de investimentos fundada por Abilio Diniz, que chegou a deter 8,4% do Carrefour global e era a maior acionista individual até o ano passado.
Saída estratégica e nova alocação de ativos
Segundo Eduardo Rossi, presidente do conselho da Península, a venda faz parte de uma estratégia de realocação de portfólio. “A decisão reflete a nova direção dos investimentos do fundo, em linha com o legado e a trajetória de Abilio Diniz”, afirmou em comunicado.
O executivo reforçou que o investimento no Carrefour representou um movimento relevante e bem-sucedido, mas que chegou o momento de encerrar o ciclo. Fontes próximas à operação informaram que a venda não foi feita diretamente aos Saadé, mas o grupo francês acabou ganhando posição de destaque após a redução da participação dos antigos sócios.
Família Saadé assume protagonismo no conselho
Além disso, com presença consolidada no setor de logística e transporte marítimo, os Saadé são controladores da CMA CGM, uma das maiores companhias de navegação do mundo. A família passou a integrar formalmente o conselho do Carrefour, por meio da Carrix, entidade que representará os interesses do grupo até a assembleia geral de 2028.
A Carrix também fará parte do comitê estratégico do conselho, substituindo a Península, que ocupava a posição desde a entrada da família Diniz no capital da varejista, em 2014. A mudança entra em vigor em 1º de dezembro de 2025.
O presidente e diretor executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, celebrou a chegada dos novos acionistas. “A família Saadé traz uma visão estratégica complementar e reforça nossa ambição global no varejo e na logística”, destacou.
Fim de um ciclo para os Diniz no Carrefour
Em terceiro lugar, desde o início do investimento, a Península Participações exerceu papel relevante na governança do grupo, tanto no Brasil quanto na França. Em 2024, a família já estudava o melhor momento para sair da operação, avaliando o “timing” do desinvestimento.
No início de 2025, a Península ainda detinha 7,2% das ações do Carrefour no Brasil e 8,06% do capital negociado na bolsa de Paris. A Galfa, braço da família Moulin, permanecia como segunda maior acionista, com 13,3% dos direitos de voto e 7,1% do capital.
Com a redução gradual da posição ao longo do ano, os Diniz completam agora sua saída total do grupo, encerrando uma relação de mais de uma década marcada por altos e baixos no setor varejista.
Conclusão
A saída da família Diniz do Carrefour (CRFB3) simboliza o fim de um capítulo importante na história da varejista francesa no Brasil. Ao mesmo tempo, a entrada da família Saadé marca uma nova fase de expansão estratégica, com foco em sinergias logísticas e fortalecimento global.
FAQ
Por que a família Diniz saiu do Carrefour?
A saída faz parte de uma nova estratégia da Península Participações, que decidiu redirecionar seus investimentos para outros setores.
Quem são os novos acionistas do Carrefour?
A família Saadé, controladora da CMA CGM, assumiu posição relevante e passa a integrar o conselho de administração da varejista.
A venda foi feita diretamente aos Saadé?
Não. A transação ocorreu no mercado, mas o grupo francês ampliou sua fatia após a saída da Península.
O que muda para o Carrefour no Brasil?
A princípio, nada muda operacionalmente. No entanto, a nova composição acionária pode reforçar estratégias de expansão e eficiência logística.









