Declaração reacende expectativas de flexibilização monetária e anima investidores globais
O diretor do Federal Reserve, Stephen Miran, afirmou que a recente calmaria no mercado de títulos dos Estados Unidos abre espaço para cortes de juros mais agressivos ainda em 2025. A fala reforça a percepção de que o banco central americano pode acelerar o ritmo de flexibilização monetária nos próximos meses, caso a estabilidade se mantenha, segundo a Reuters.
Estabilidade nos títulos reforça confiança
Miran destacou que a menor volatilidade nos Treasuries mostra confiança dos investidores na trajetória econômica dos EUA. Para ele, a tranquilidade no mercado de renda fixa indica que os ajustes já foram absorvidos e que há margem para reduzir juros sem comprometer a credibilidade do Fed.
Além disso, o dirigente apontou que a resposta positiva dos investidores reflete uma expectativa consistente de queda gradual da inflação, o que permite uma política mais expansionista. Esse diagnóstico, segundo o InfoMoney, reforça o cenário de desaceleração controlada da economia americana.
Divergência sobre o ritmo dos cortes
Mesmo favorável à redução de juros, Miran admitiu divergências dentro do comitê do Fed. Alguns membros defendem uma abordagem mais cautelosa para evitar pressões inflacionárias inesperadas.
Ainda assim, o diretor minimizou o contraste de opiniões e ressaltou que as diferenças são de timing, não de estratégia. A posição de Miran, mais incisiva, contrasta com a do presidente do Fed, Jerome Powell, que recentemente pediu “prudência” diante da incerteza global.
Impactos esperados no mercado financeiro
A fala de Miran repercutiu imediatamente nos mercados. O dólar recuou levemente em relação a moedas emergentes, enquanto os índices futuros de Nova York abriram em alta. Investidores interpretaram o discurso como sinal de que o Fed pode antecipar cortes mais robustos ainda neste trimestre.
Além disso, o ambiente mais previsível no mercado de títulos tende a reduzir a aversão ao risco, impulsionando ativos de renda variável e commodities sensíveis à liquidez global, como ouro e cobre.
Cenário global favorece o apetite ao risco
Com a inflação americana convergindo e o mercado de trabalho mostrando moderação, cresce a aposta de que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim. Para analistas, o discurso de Miran confirma que o banco central está pronto para ajustar sua postura e garantir crescimento sustentável.
Segundo a Bloomberg, essa visão mais “dovish” — ou seja, favorável a estímulos — pode influenciar outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu e o Banco do Japão, a acelerar seus próprios cortes.
Perspectivas para os próximos meses
O próximo encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) será decisivo. Se a estabilidade dos títulos continuar e a inflação seguir em queda, o Fed poderá adotar cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
No entanto, a autoridade monetária deve calibrar o discurso para evitar euforia excessiva nos mercados e garantir que o ciclo de estímulos ocorra de forma sustentável.
Em síntese, o recado de Miran reforça a confiança de que o Fed caminha para uma virada expansionista, com potenciais efeitos positivos sobre bolsas globais, liquidez e economias emergentes — inclusive o Brasil.