Mudança societária gera movimento forte nos papéis, mas especialistas alertam para riscos aos minoritários
As ações da Gol (GOLL54) chegaram a subir 9,84% nesta terça-feira (15), após a companhia anunciar uma proposta de reorganização societária que pode resultar na sua saída da B3. Por volta das 16h15, os papéis avançavam 3,7%, cotados a R$ 5,27, segundo o Money Times.
Reestruturação prevê incorporação e OPA
O plano prevê a incorporação da Gol e da subsidiária Gol Investment Brasil (GIB) pela Gol Linhas Aéreas (GLA) — empresa de capital fechado que assumirá todos os direitos e obrigações. Na prática, tanto a Gol quanto a GIB deixariam de existir como companhias abertas.
A justificativa oficial é a simplificação da estrutura corporativa, com sinergias operacionais e redução de custos administrativos. A companhia convocou uma assembleia de acionistas para 4 de novembro, na qual será votada a proposta de reorganização e a realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) das ações em circulação. Os detalhes constam no comunicado enviado ao mercado e reproduzido pelo Money Times.
Liquidez limitada e pontos de atenção
O free float da Gol é de apenas 0,78%, reflexo de um recente aumento de capital que concentrou as ações nas mãos dos controladores. Essa baixa liquidez levanta questionamentos sobre a precificação da OPA e o valor de saída para os minoritários.
A empresa estabeleceu um teto de R$ 47,25 milhões para recomprar os papéis de investidores, valor que será definido com base em laudo de avaliação independente. O cálculo também considerará o preço médio ponderado das ações nos últimos meses, conforme destacou o Money Times.
Riscos para investidores minoritários
Especialistas ouvidos pelo mercado apontam que, embora a alta momentânea das ações reflita otimismo com a simplificação da estrutura, há risco considerável para quem mantém posição em GOLL54. O preço final da OPA pode ser inferior ao teto estipulado, e a baixa liquidez torna difícil sair da posição sem perdas relevantes.
A Gol ainda precisará cumprir regras da CVM e da B3 para conduzir a oferta e garantir que o processo siga normas de governança e transparência. A expectativa é que o processo seja concluído até o fim de 2025, caso receba aprovação dos acionistas e dos reguladores.









