A IFI alertou que o cumprimento das metas fiscais de 2026 no Brasil depende diretamente da aprovação de medidas importantes pelo Congresso Nacional — em especial mudanças tributárias e cortes nos gastos. Sem esse aval legislativo, o governo corre risco de descumprir o arcabouço fiscal.
O alerta da IFI e o que está em jogo
No relatório divulgado em 19 de novembro, a IFI aponta que, embora o governo tenha cenário técnico para cumprir as regras, isso só será possível se forem aprovadas medidas como o PLP 182/2025 — que visa reduzir incentivos e renúncias fiscais e pode gerar cerca de R$ 19 bilhões em receita extra.
O documento destaca que os gastos tributários — isenções, benefícios e renúncias — cresceram exponencialmente nos últimos anos. Sem ajustes, esse tipo de despesa dificulta o controle das contas públicas.
Além disso, a IFI aponta risco para a credibilidade das regras fiscais, já que a abertura constante de exceções — ainda que legalmente permitidas — pode enfraquecer o “teto de gastos” e o regime fiscal como instrumentos de disciplina orçamentária.
Por que 2026 é um ano delicado?
- É um ano de eleição nacional — período em que, historicamente, o “espaço político e institucional” para reformas e cortes fica mais limitado.
- As medidas necessárias dependem do Congresso — que precisa aprovar o PLP 182/2025 e outras mudanças de arrecadação. Sem isso, o ajuste fiscal fica comprometido.
- Há incerteza sobre a efetividade real dos cortes de renúncia fiscal, devido a discrepâncias entre os dados declarados pela União e pelas empresas.
O que a IFI considera possível — com condição
Se o Congresso aprovar as medidas em tramitação — incluindo o PLP 182/2025 — e o Executivo mantiver o compromisso com o arcabouço fiscal, o governo poderá cumprir as regras de 2026 sem “rombos contábeis”. A estimativa de +R$ 19 bilhões de receita extra serve como colchão para garantir o cumprimento das metas.
Mesmo assim, a IFI ressalta que o ajuste será pouco ambicioso: não há, segundo ela, um plano robusto para estabilizar a dívida pública nem para retomar com vigor os investimentos públicos — o que limita o efeito estrutural da medida.
O que isso significa para a economia e o cidadão?
- Para a economia: se as reformas saírem, pode haver mais previsibilidade nas contas públicas, o que tende a favorecer o ambiente de investimentos. Por outro lado, cortes e restrições em gastos públicos podem afetar programas sociais ou investimentos em infraestrutura.
- Para o cidadão: a austeridade pode ajudar a evitar inflação ou alta de juros — mas pode vir acompanhada de menor capacidade de investimento do Estado em saúde, educação e serviços.
- Para quem aposta em mercados e investimentos: estabilidade fiscal e controle da dívida podem favorecer a atratividade de ativos de renda fixa e diminuir o risco de desvalorização da moeda.
Conclusão: é uma encruzilhada — depende de decisões
A IFI não descarta que 2026 seja um ano de equilíbrio fiscal. Mas isso depende 100% da atuação do Congresso e da sanidade do ajuste. Se o PLP 182/2025 e as medidas de arrecadação forem aprovadas, há chance real de cumprir as metas. Caso contrário, o risco de descumprimento e de instabilidade fiscal volta à mesa — com impacto direto na economia e no bolso do brasileiro.
Fique atento: as próximas semanas serão decisivas. Acompanhe no Brasilvest para as atualizações e análise aprofundada sobre esse tema que pode definir o futuro das contas públicas.
Perguntas frequentes (FAQ)
O que a IFI pediu para 2026?
Que o Congresso aprove medidas como o PLP 182/2025 — para reduzir renúncias fiscais e gerar arrecadação extra — e que o Executivo mantenha disciplina no orçamento.
Por que a aprovação depende do Congresso?
Porque as renúncias fiscais e incentivos precisam ser revisados por lei. Sem aprovação legislativa, o governo não consegue ajustar a arrecadação conforme o necessário.
O que acontece se as medidas não forem aprovadas?
As metas fiscais podem não ser cumpridas, o déficit pode aumentar e a credibilidade da política fiscal pode ser abalada — o que pode elevar juros, risco-país ou gerar cortes em investimentos públicos.
A economia vai sentir na hora?
Provavelmente não imediatamente — mas a incerteza retira previsibilidade para investimentos, pode frear programas sociais e impactar confiança de investidores e empresas.
Por que o ano de 2026 é mais complicado?
Porque 2026 é ano eleitoral, o que costuma reduzir o espaço para medidas de austeridade e reformas profundas. Isso complica a aprovação de ajustes fiscais sensíveis.
Ainda dá tempo para manobra fiscal?
Sim. A IFI acredita que, com aprovação das medidas que estão em pauta, o governo tem chance real de cumprir as regras — mas o prazo é curto e exige articulação urgente.









