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segunda-feira, novembro 24, 2025
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Grupo Mateus (GMAT3) perde R$ 2,5 bilhões na Bolsa após erro contábil de R$ 1,1 bi, mostra Valor Econômico

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O Grupo Mateus (GMAT3) vive uma das semanas mais turbulentas desde sua abertura de capital. As ações da varejista recuaram mais de 16% em apenas cinco dias, depois que a companhia revelou um erro contábil superior a R$ 1,1 bilhão, identificado durante a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025, segundo informações do Valor Econômico

A correção obrigou a empresa a revisar números de anos anteriores e reapresentar as demonstrações financeiras de 2023 e 2024, ampliando a pressão em torno da governança e dos controles internos da rede.

Como surgiu o erro de R$ 1,1 bilhão?

A companhia informou que havia falhas na forma de calcular estoques e custo das mercadorias vendidas (CMV). Com a revisão, constatou-se que os estoques estavam inflados, exigindo ajustes profundos.

O saldo consolidado de dezembro de 2024 caiu de R$ 6,047 bilhões para R$ 4,939 bilhões, reduzindo o valor do estoque em R$ 1,107 bilhão.

Além disso, houve impacto nos investimentos da controladora, com redução de R$ 694,7 milhões, refletindo a necessidade de ajustar o valor das empresas do grupo afetadas pelo recálculo.

Perdas dobradas no mercado: R$ 2,5 bilhões evaporaram

Com a forte reação negativa na B3, o Grupo Mateus perdeu aproximadamente R$ 2,5 bilhões em valor de mercado, segundo estimativas com base em dados do Investing.com.

Apesar da magnitude da revisão, a empresa afirma que não houve impacto no caixa, nem problemas com dívidas ou operações. O ajuste é descrito como estritamente contábil.

Problemas antigos com estoque já eram conhecidos

Segundo o Valor Econômico, consultorias contratadas antes mesmo do IPO já haviam alertado para falhas no acompanhamento histórico de estoque.

Auditores recomendaram a implantação de um sistema que permitisse rastrear melhor custos e a evolução dos volumes — recomendação que aparecia como risco relevante nos formulários de 2020 e 2021.

Com o tempo, o tema deixou de ser citado e só retornou agora, após a revelação do erro bilionário.

O que pode ter causado o erro?

Ainda não há confirmação oficial, mas o mercado trabalha com duas hipóteses principais:

1. Erro no cálculo de impostos de entrada

Falhas no registro de PIS e ICMS poderiam distorcer o custo dos produtos, inflando o valor de estoque.

2. Tratamento inadequado de bonificações de fornecedores

As bonificações — produtos extras ou verbas concedidas aos varejistas como “desconto fora da nota” — são um ponto sensível no setor.

Se registradas no momento errado, podem reduzir artificialmente o custo do estoque e só revelar o impacto quando os produtos são vendidos.

Essa questão já foi central em operações envolvendo Carrefour, Dia e Americanas.

Com isso, surgem dúvidas sobre se o Grupo Mateus lançou corretamente essas verbas ou se houve descasamento entre registro contábil e venda efetiva.

Conclusão: impacto pesado e pressão por transparência

Enquanto o ajuste é tratado pela empresa como “apenas contábil”, o mercado não reagiu da mesma forma. O tombo bilionário nas ações e a reabertura de alertas antigos colocam o Grupo Mateus sob pressão por melhor controle interno, transparência e consistência na gestão de estoques.

Para acompanhar os próximos passos do caso, análises da B3 e balanços corporativos, continue navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

Por que o Grupo Mateus perdeu R$ 2,5 bilhões na Bolsa?

Porque o mercado reagiu ao erro contábil de mais de R$ 1,1 bilhão e aos ajustes em estoques e investimentos.

O erro afeta o caixa da empresa?

Não. Segundo o Grupo Mateus, o ajuste é contábil e não impacta caixa nem operações.

Por que os estoques estavam errados?

Por falhas nos cálculos de custo e registro de mercadorias, revisados agora pela empresa.

O problema já existia antes do IPO?

Sim. Consultorias alertaram para falhas no monitoramento do estoque ainda antes da abertura de capital.

O que são bonificações de fornecedores?

São produtos ou verbas extras dadas ao varejista fora da nota principal; se mal registradas, distorcem o custo de estoque.

As demonstrações financeiras foram reapresentadas?

Sim. Os números de 2023 e 2024 foram corrigidos para manter consistência.

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