Ministro busca apoio no Congresso para evitar que a medida perca validade e afete o crédito no país
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, intensificou as negociações em Brasília para tentar salvar a Medida Provisória do IOF, que reduz a tributação sobre operações de crédito e investimentos financeiros. Nesta segunda-feira (6), ele se reuniu com o deputado Marcos Motta, presidente da Comissão Mista do Congresso, em uma tentativa de garantir apoio antes que o texto perca validade. Segundo o G1, a reunião ocorreu sob clima de urgência e intensa pressão política.
Governo corre contra o tempo
A MP precisa ser votada até o prazo constitucional para continuar em vigor. Caso contrário, perde efeito automático e pode gerar impacto nas receitas do governo. Por isso, Haddad mobiliza líderes partidários e técnicos da Fazenda para ajustar o texto e conquistar consenso.
Além disso, ele tenta mostrar que a medida estimula o crédito e reduz custos para empresas e consumidores, especialmente em um momento de desaceleração econômica. Dessa forma, o governo aposta que a manutenção da alíquota reduzida trará efeito positivo no PIB e na arrecadação indireta.
Resistência no Congresso aumenta pressão política
Apesar do esforço, a resistência é grande. Bancadas ligadas à área fiscal criticam a proposta por considerá-la uma renúncia de receita sem compensação clara. Parlamentares da oposição afirmam que a medida enfraquece a arrecadação e compromete o equilíbrio das contas públicas.
Por outro lado, empresários e representantes do setor produtivo defendem a MP. Para eles, a redução do IOF torna o crédito mais acessível e estimula novos investimentos. Segundo interlocutores do Congresso ouvidos pelo G1, Motta tenta costurar uma saída intermediária que preserve parte da desoneração, mas mantenha alguma compensação fiscal.
Impacto direto no crédito e no mercado
Se a MP for aprovada, o custo do crédito tende a cair, e empresas podem ampliar investimentos. Entretanto, se o texto caducar, os juros sobre operações financeiras voltam a subir, o que pressiona o consumo e afeta o desempenho do Ibovespa. Além disso, o mercado de câmbio pode reagir negativamente, com alta do dólar e aumento da percepção de risco fiscal.
Enquanto isso, investidores seguem atentos. Cada movimento em Brasília influencia diretamente as projeções para inflação, juros e câmbio. Portanto, qualquer atraso ou recuo político tende a aumentar a volatilidade no mercado financeiro.
Próximos passos e estratégia do governo
Após o encontro com Motta, Haddad planeja reuniões com líderes partidários e representantes do Centrão, em busca de maioria na votação. Ao mesmo tempo, técnicos do Ministério da Fazenda preparam novas simulações de impacto fiscal para reforçar o argumento de que a medida é sustentável.
Por fim, o governo aposta em um discurso de estabilidade econômica. Caso consiga aprovar a MP, Haddad ganha fôlego político e reforça o compromisso com a retomada do crescimento. No entanto, se a proposta for derrubada, o Planalto pode ser forçado a criar novas medidas emergenciais de arrecadação, reacendendo a disputa orçamentária no Congresso.