Hong Kong decidiu acelerar o passo e entrar de vez na era da regulação cripto. Reguladores locais confirmaram que um novo projeto de lei deve ser apresentado em 2026, criando regras claras para negociantes e custodiantes de ativos virtuais.
O movimento é estratégico e manda um recado direto ao mercado: quem quiser operar com cripto na região vai precisar seguir regras rígidas, semelhantes às do sistema financeiro tradicional.
O que exatamente Hong Kong quer regular?
A proposta está sendo conduzida pelo Financial Services and the Treasury Bureau junto com a Securities and Futures Commission.
O objetivo é criar um regime formal de licenciamento para empresas que atuam com:
- Negociação de ativos virtuais
- Custódia de criptomoedas
- Serviços relacionados à guarda de chaves privadas
Tudo isso ficará sob a legislação de combate à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, alinhando o setor cripto às exigências já aplicadas a bancos e corretoras tradicionais.
Por que essa regulação agora?
A resposta é simples: Hong Kong quer virar o principal hub cripto da Ásia.
Enquanto a China mantém uma postura dura contra moedas digitais, Hong Kong segue o caminho oposto, apostando em regulação clara para atrair capital institucional, empresas globais e investidores profissionais.
Mais de 190 contribuições foram enviadas durante a consulta pública, mostrando forte interesse do mercado nas novas regras.
Custódia vira prioridade máxima
Um dos pontos centrais do novo marco regulatório é a segurança dos ativos dos clientes.
Os reguladores querem garantir:
- Proteção rigorosa das chaves privadas
- Separação clara entre ativos da empresa e do cliente
- Controles operacionais semelhantes aos exigidos no mercado financeiro tradicional
Na prática, custodiar cripto em Hong Kong deixará de ser algo improvisado.
Negociantes também terão regras duras
As empresas que atuam como negociantes de ativos virtuais deverão seguir padrões próximos aos de intermediários de valores mobiliários, incluindo:
- Requisitos de capital
- Governança corporativa
- Gestão de riscos
- Transparência com o investidor
Tudo isso faz parte do plano estratégico ASPIRe, criado pela SFC para expandir o acesso a mercados cripto regulados.
ETFs, staking e OTC já estão no radar
Hong Kong já vem preparando o terreno desde 2024. O mercado local conta com:
- ETFs de criptomoedas à vista em operação
- Serviços de staking autorizados, com regras rígidas
- Revisão das operações OTC e derivativos cripto
Ou seja, a nova lei não surge do nada, ela é o próximo passo de um plano maior.
Consultores e gestores também podem ser afetados
Além de negociantes e custodiantes, a SFC abriu consulta para estender a supervisão a consultores e gestores de ativos virtuais.
A lógica é clara:
“Mesmo negócio, mesmos riscos, mesmas regras.”
Se aprovada, a mudança colocará esses profissionais sob padrões similares aos do mercado de ações. O prazo para envio de comentários vai até 23 de janeiro.
O que isso muda para o mercado cripto global?
A decisão de Hong Kong reforça uma tendência global: cripto está deixando de ser terra sem lei.
Para investidores, isso significa mais segurança. Para empresas, mais custo e exigência. E para o mercado, uma mensagem direta: quem não se adaptar ficará para trás.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Quando a nova lei de cripto em Hong Kong entra em vigor?
A expectativa é que o projeto seja apresentado em 2026, após análise do Conselho Legislativo.
Quem será obrigado a se licenciar?
Negociantes, custodiantes e possivelmente consultores e gestores de ativos virtuais.
A lei afeta corretoras internacionais?
Sim. Empresas que quiserem operar em Hong Kong terão que seguir o novo regime.
Hong Kong é contra criptomoedas?
Não. O foco é criar um ambiente regulado para atrair empresas e investidores.
Isso aproxima o cripto do sistema financeiro tradicional?
Sim. As regras espelham exigências já aplicadas a bancos e corretoras.









