Mercado reage a cenário doméstico mais estável e aposta em cortes de juros nos EUA
O Ibovespa fechou em alta de 0,56%, aos 142.145 pontos, nesta quarta-feira (8), impulsionado pelo otimismo no exterior e pela melhora no ambiente político interno. O dólar comercial recuou 0,11%, cotado a R$ 5,34, com investidores ajustando posições após semanas de volatilidade intensa, segundo a Exame.
Investidores reagem à trégua fiscal e aguardam Fed
O mercado reagiu positivamente à percepção de que o governo tenta recompor sua base após a derrota da MP 1.303 no Congresso. Apesar das incertezas, a manutenção da meta fiscal e a sinalização de estabilidade política reduziram o prêmio de risco.
Além disso, o foco dos investidores se voltou à ata do Federal Reserve (Fed), prevista para esta quinta-feira (9). O documento deve detalhar os próximos passos da política monetária americana e indicar o ritmo de cortes de juros — fator crucial para o apetite global a risco, conforme a Exame.
Bolsas globais sustentam clima otimista
O cenário internacional também ajudou o humor dos investidores. As bolsas de Nova York operaram em leve alta, refletindo expectativas de flexibilização monetária nos EUA e dados mistos do mercado de trabalho.
Com isso, setores como commodities, siderurgia e varejo lideraram ganhos no pregão brasileiro. As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) avançaram, acompanhando a recuperação das cotações do minério de ferro e do petróleo no mercado externo, segundo dados da Bloomberg.
Ouro renova recorde e indica busca por proteção
Paralelamente, o ouro ultrapassou a marca simbólica de US$ 4.000 por onça, atingindo nova máxima histórica. O avanço reflete a migração de parte dos investidores para ativos de proteção, diante das tensões fiscais em economias desenvolvidas e da incerteza sobre o ritmo de cortes do Fed.
Esse movimento reforça a leitura de que, embora o apetite por risco tenha aumentado, a cautela segue presente. Por isso, os fluxos continuam divididos entre ativos de maior retorno e refúgios tradicionais.
Perspectivas para os próximos dias
Nos próximos pregões, o mercado deve seguir sensível à divulgação da ata do Fed e à retomada de negociações fiscais no Brasil. Caso o documento americano traga sinais de cortes mais agressivos, os ativos de risco tendem a se valorizar.
No cenário doméstico, o desempenho do Ibovespa dependerá também da evolução política em torno de novas medidas fiscais e do andamento do arcabouço econômico no Congresso.
Mesmo com o alívio desta quarta, o investidor ainda equilibra otimismo e prudência. O rali recente mostra fôlego, mas a volatilidade permanece como marca registrada de um mercado que opera entre a esperança e a incerteza.