Bolsa reage a resultados corporativos positivos, enquanto o câmbio reflete menor aversão ao risco
O mercado financeiro brasileiro iniciou esta quarta-feira (22) com leve otimismo. O Ibovespa, principal índice da B3, abriu em alta acompanhando o bom humor global e o avanço de ações ligadas a commodities. Ao mesmo tempo, o dólar iniciou o dia em queda, refletindo a entrada de fluxo estrangeiro e a percepção de que o risco fiscal doméstico permanece controlado.
Bolsa sobe com apoio das exportadoras
Por volta das 10h10, o Ibovespa avançava 0,32%, aos 144.459 pontos, segundo dados da B3. O movimento positivo foi puxado pelas ações da Vale (VALE3), que registraram alta após divulgação de produção recorde de minério de ferro — o maior nível desde 2018, conforme divulgado pela Reuters.
Papéis de WEG (WEGE3) também impulsionaram o índice, após a empresa reportar lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no 3º trimestre, crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período de 2024. A boa leitura dos balanços reforçou o apetite por ações industriais e exportadoras, que tendem a se beneficiar do câmbio mais favorável.
Dólar recua e opera com volatilidade
No mercado de câmbio, o dólar à vista operava em leve baixa de 0,09%, cotado a R$ 5,384 por volta das 9h03, de acordo com o InfoMoney. O movimento acompanha a melhora no sentimento global e o fluxo positivo de investidores estrangeiros para o mercado acionário brasileiro.
Ainda assim, operadores mantêm cautela diante das discussões fiscais em Brasília. O governo deve apresentar novas propostas de ajuste de receitas e despesas, que podem influenciar as expectativas sobre o arcabouço fiscal e a trajetória da dívida pública, conforme informou o Money Times.
Radar do dia: fiscal e exterior
Além dos balanços domésticos, investidores acompanham o cenário internacional. A tensão entre Estados Unidos e China segue no radar, assim como a expectativa pelos próximos dados de inflação americana e pelas falas de dirigentes do Federal Reserve.
Internamente, o governo tenta equilibrar estímulos à economia com controle de gastos. A reação dos ativos brasileiros dependerá da clareza das medidas fiscais e da sinalização sobre o cumprimento das metas do ano.
Perspectiva para o pregão
Com o avanço das commodities e a melhora do humor global, o Ibovespa pode tentar recuperar o patamar de 145 mil pontos ainda hoje. Já o dólar tende a manter-se em faixa estreita entre R$ 5,35 e R$ 5,40, caso não haja novas pressões externas.
Analistas avaliam que o cenário de curto prazo permanece volátil, mas com viés positivo para a bolsa caso o governo avance em previsibilidade fiscal. Para o investidor, o momento exige atenção à diversificação da carteira e foco em setores que se beneficiam da estabilidade cambial.









