O Ibovespa abriu esta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, em leve alta de 0,05%, aos 157.760 pontos, após uma pausa em sua impressionante sequência de 15 altas seguidas e 12 recordes consecutivos de fechamento.
O movimento reflete o alívio global com o fim da paralisação do governo dos Estados Unidos e a expectativa pela retomada da divulgação de indicadores econômicos importantes.
Por que o fim do shutdown americano mexe com o mercado?
O encerramento do shutdown mais longo da história dos EUA, que durou 43 dias, trouxe otimismo aos investidores.
Durante o fechamento do governo, relatórios cruciais — como o índice de preços ao consumidor (CPI) e o payroll, que mede a criação de empregos — deixaram de ser publicados, o que aumentou a incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed).
Segundo Lucas Costa, head de análise técnica do BTG Pactual, o retorno dessas divulgações deve “reduzir a incerteza” sobre uma possível queda de juros nos EUA em dezembro.
Com isso, o mercado tende a retomar o fôlego e reduzir a volatilidade observada nos últimos dias.
O que esperar do Fed e de Jerome Powell agora
Com a reabertura do governo americano, o presidente do Fed, Jerome Powell, volta a ter dados concretos para embasar suas próximas decisões de política monetária.
O analista explica que, sem esses números, o banco central estava “de mãos atadas” para decidir se mantém ou corta os juros.
Agora, a divulgação do CPI e do payroll nos próximos dias pode definir o rumo da política monetária e impactar diretamente os ativos de risco, como ações brasileiras.
China no radar: impacto nas commodities
Além disso, os investidores também monitoram novos dados econômicos da China, como as vendas no varejo e a produção industrial.
Os números chineses são importantes para o Brasil, especialmente para empresas ligadas a commodities, como Vale e Petrobras, que têm grande peso no Ibovespa.
Qualquer sinal de desaceleração no país asiático pode pressionar os preços do minério e do petróleo, influenciando o desempenho do índice brasileiro.
Varejo decepciona e reacende debate sobre juros no Brasil
No cenário doméstico, o IBGE divulgou que as vendas do varejo caíram 0,3% em setembro, na comparação com agosto, contrariando a expectativa de alta.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve crescimento tímido de 0,8%.
O resultado reforça a percepção de desaceleração da economia brasileira e aumenta as apostas de que o Banco Central pode antecipar o início do ciclo de cortes de juros, a fim de tentar reaquecer o consumo e a atividade.
O que isso significa para o investidor?
A leve alta do Ibovespa nesta quinta é um movimento técnico de ajuste, após uma sequência longa de ganhos.
Nesse sentido, o cenário global tende a trazer menos incertezas com o fim do shutdown americano, porém os dados locais ainda exigem cautela.
Ao mesmo tempo, o dólar deve continuar oscilando próximo à estabilidade, acompanhando o humor dos mercados internacionais.
Conclusão
Mesmo após uma pausa em seu rali, o Ibovespa mostra resiliência diante das turbulências externas e sinais de fraqueza interna.
Em resumo, o mercado acompanha de perto os próximos dados econômicos — tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil — que podem definir o rumo dos juros e dos investimentos nas próximas semanas.
FAQ – Perguntas frequentes
Por que o fim do shutdown dos EUA é importante para o Ibovespa?
Porque libera dados econômicos que o Fed usa para decidir sobre juros. Isso reduz a incerteza global e influencia os fluxos de capital para países emergentes como o Brasil.
O que o varejo fraco indica sobre a economia brasileira?
Mostra uma desaceleração do consumo, o que pode levar o Banco Central a cortar os juros mais cedo.
A bolsa brasileira ainda tem espaço para subir?
Sim, mas o ritmo deve ser mais moderado. O mercado já precificou parte do otimismo com o cenário externo e agora busca novos gatilhos internos.
O dólar pode cair com o fim do shutdown?
Por fim, depende da postura do Fed. Se o banco central americano indicar corte de juros, além disso, o dólar tende a enfraquecer frente a moedas emergentes.









