Setor soma R$ 31,5 bilhões em novas emissões até setembro; investidores mantêm apetite por renda passiva e diversificação
O Índice de Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX), principal termômetro do setor na B3, acumula alta próxima de 15% em 2025, impulsionado pelo avanço das captações e pela expectativa de queda gradual da taxa Selic, segundo levantamento do Money Times. Mesmo com os juros ainda elevados, os investidores seguem alocando recursos em busca de retornos mais estáveis e isenção de imposto de renda sobre dividendos.
Captações batem recorde e superam 2023
Até setembro, os fundos imobiliários captaram R$ 31,5 bilhões, o que representa 71% do total de 2024 (R$ 44,3 bilhões) e já supera o montante levantado durante todo o ano de 2023 (R$ 30,4 bilhões), conforme dados do Seu Dinheiro.
Esse ritmo de emissões surpreende, uma vez que períodos de Selic alta costumam reduzir o apetite por ativos de risco. No entanto, gestores apontam que o cenário de estabilidade macroeconômica e o potencial de valorização de cotas estão sustentando o interesse. O Times Brasil destaca que a percepção de que o ciclo de cortes pode ser retomado ainda em 2026 tem mantido os fluxos de captação robustos.
Fundos de papel lideram desempenho
De acordo com o Seu Dinheiro, cerca de 33% das captações (R$ 10,4 bilhões) se concentram nos chamados fundos de papel, que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Esses produtos têm se destacado por oferecer rendimentos indexados à inflação ou CDI, garantindo retornos reais positivos mesmo em ambiente de juros elevados.
Já os fundos de tijolo (com imóveis físicos) começam a se recuperar após um período de vacância e renegociação de aluguéis, beneficiados pela retomada do varejo e pela expansão do e-commerce, que impulsiona a demanda por galpões logísticos.
Segundo analistas ouvidos pelo Broadcast, 2025 deve ser o melhor ano para o IFIX desde 2019 — reflexo da combinação entre rendimento consistente, previsibilidade e interesse institucional crescente.
Estratégias inovadoras atraem novos investidores
O mercado também observa o avanço de emissões estruturadas, nas quais imóveis são incorporados aos fundos em troca de cotas, sem necessidade de aporte de capital. Essa prática, segundo o Seu Dinheiro, aumenta a liquidez do setor e reduz a dependência de novos investidores, favorecendo tanto os emissores quanto os cotistas.
O que esperar daqui para frente
Com o IFIX em alta e as perspectivas de cortes graduais na Selic, analistas projetam novo ciclo de valorização dos fundos imobiliários nos próximos meses. Contudo, o ritmo de crescimento dependerá da velocidade dos cortes de juros e do desempenho da economia real.
O Money Times observa que os fundos mais resilientes — com gestão ativa, baixa vacância e carteiras de CRIs bem diversificadas — devem continuar atraindo o investidor de longo prazo.
Para quem busca renda passiva e diversificação, os FIIs permanecem entre as opções mais sólidas da Bolsa. Mas a recomendação segue a mesma: avaliar qualidade da gestão, localização dos ativos e histórico de dividendos antes de investir.









