Energia elétrica e combustíveis puxam desaceleração; IPCA acumula alta de 4,68% em 12 meses
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,09% em outubro, abaixo da expectativa de mercado, que previa avanço de 0,16%, segundo dados divulgados pelo IBGE e compilados pelo InfoMoney. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,68%, abaixo da taxa observada em setembro (4,82%).
Energia e habitação aliviam pressão inflacionária
A desaceleração foi impulsionada pela queda de 2,39% na energia elétrica residencial, que contribuiu com –0,10 ponto percentual no índice do mês. O grupo Habitação caiu 0,30%, refletindo a redução nas tarifas de energia e gás. Em contrapartida, o setor de Vestuário teve a maior alta do período (+0,51%), seguido por Saúde e cuidados pessoais (+0,34%) e Educação (+0,12%).
De acordo com o levantamento, o grupo Alimentação e bebidas variou apenas +0,01%, indicando estabilidade após meses de pressão sobre o orçamento das famílias. Já o grupo de Transportes avançou 0,18%, influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis.
IPCA mais brando reforça cautela, mas não muda cenário
A leitura abaixo do esperado reforça a percepção de descompressão inflacionária no curto prazo, embora o índice continue acima da meta central do Banco Central, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Segundo o InfoMoney, a inflação de serviços ainda preocupa e deve ser determinante para o ritmo dos próximos cortes da Selic, atualmente em 15% ao ano.
Impactos sobre juros e investimentos
Para analistas de mercado, a inflação mais baixa pode abrir espaço para o Banco Central adotar um discurso mais brando, mas dificilmente alterará o plano de manutenção da taxa de juros até o início de 2026. O cenário favorece os títulos indexados ao IPCA, que devem apresentar bom desempenho diante da combinação de inflação controlada e juros altos.
Além disso, o recuo dos preços básicos reduz parte da pressão sobre o dólar e os juros futuros, o que tende a beneficiar o mercado de renda variável. A tendência, porém, depende de novos dados que confirmem a desaceleração nos próximos meses.
O que acompanhar a partir de agora
- A evolução dos grupos Alimentação e Serviços, que seguem como os principais vetores de incerteza;
- A reação do Comitê de Política Monetária (Copom), que divulgará a ata da reunião nesta semana;
- As projeções de inflação e PIB no Boletim Focus das próximas semanas, que indicarão o ritmo de ajuste das expectativas.
Com a inflação sob controle, o Brasil encerra outubro com um sinal positivo para o poder de compra das famílias e para a confiança do investidor. Ainda assim, a combinação de juros elevados e desaceleração econômica exige cautela na leitura dos próximos indicadores.









