Uma operação realizada nos últimos dias por autoridades de Minas Gerais abalou o mercado varejista. O Ministério Público, a Receita Estadual e a Polícia Civil deflagraram a Operação Ambiente 186, que investiga um esquema de fraude de ICMS e lavagem de dinheiro — com suposta participação de empresas ligadas à família do empresário André Coelho Diniz, maior acionista do GPA.
O que a investigação aponta sobre o esquema?
Segundo a acusação, o grupo teria utilizado empresas de fachada — as chamadas “noteiras” — para simular vendas interestaduais. Assim, conseguiria aplicar alíquotas reduzidas de ICMS, embora as mercadorias circulassem dentro de Minas Gerais, configurando evasão de tributos.
As autoridades calculam que a sonegação ultrapassou R$ 215 milhões. Até o momento, foram bloqueados R$ 476 milhões em bens dos investigados como medida cautelar.
Além disso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, com apreensão de documentos, aparelhos eletrônicos e veículos de luxo. A investigação também mira lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Quem está na mira: Coelho Diniz, HAF Distribuidor e outros
Entre os alvos está a empresa HAF Distribuidor — vinculada ao Grupo Coelho Diniz — além de empresas como Atakmix e Martmix, todas suspeitas de integrar o esquema.
A família Coelho Diniz enviou nota oficial dizendo que a rede de supermercados Homônima e os investimentos no GPA não fazem parte da investigação. Também afirmaram que ainda não tiveram acesso aos autos da operação, e que, portanto, não há autuação fiscal formal contra eles.
Impacto no mercado e desconfiança do mercado financeiro
A notícia provocou reações imediatas na Bolsa: as ações do GPA (PCAR3) chegaram a recuar fortemente, registrando uma das maiores quedas do dia no índice. Isso reflete o temor de investidores diante da incerteza sobre a extensão do escândalo.
Fontes próximas à companhia dizem que há cautela e preocupação, mas evitam conclusões precipitadas até que a investigação avance.
Por que o caso chama atenção?
- A investigação mira um esquema de grande escala e complexidade, com uso de “noteiras”, empresas fictícias e manobras contábeis para sonegar ICMS — o que revela vulnerabilidades no sistema tributário estadual.
- Envolve um nome de peso no varejo brasileiro, o que pode abalar a confiança de investidores, clientes e parceiros comerciais.
- Se confirmadas, as fraudes configuram crimes graves: evasão fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estruturação de rede criminosa.
- O bloqueio de quase meio bilhão em bens mostra a seriedade da ação e o poder de alcance da investigação — o que pode ter implicações duradouras no mercado e na reputação do grupo.
O que ainda precisa ser esclarecido?
- Quais empresas do grupo, de fato, respondem às acusações — e se há envolvimento direto da gestão do GPA.
- Se existe responsabilização concreta com autuações ou condenações. Até agora, a família alega não ter acesso aos autos do processo.
- A real dimensão da fraude: se atinge centenas de empresas ou é um esquema restrito a alguns nomes.
- Impactos sobre o consumidor final, sobre o mercado varejista e sobre a tributação em Minas Gerais e demais estados.
Conclusão e o que observar daqui pra frente
O caso envolvendo o Grupo Coelho Diniz e o GPA expõe a fragilidade de mecanismos de fiscalização tributária no Brasil — especialmente quando há atuação de empresas de fachada e operações interestaduais simuladas.
A repercussão financeira e reputacional pode ser profunda. Nos próximos dias, a expectativa é que a investigação avance, revelando nomes, valores e possíveis responsáveis.
Para quem acompanha o mercado varejista, é hora de observar com atenção: esse escândalo pode reconfigurar práticas, provocar reverberações no setor e gerar debates sobre transparência e ética fiscal.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
O Grupo Coelho Diniz ou o GPA estão oficialmente punidos?
Não. Até o momento, há investigação. Em nota, a família afirma que não teve acesso aos autos e que não há autuação fiscal formal.
O que é a Operação Ambiente 186?
É a operação que investigou esquema de fraude de ICMS e lavagem de dinheiro em atacadistas e redes de varejo em Minas Gerais.
Qual o valor da suposta sonegação?
As autoridades estimam que a fraude ultrapassou R$ 215 milhões.
Quantos bens foram bloqueados?
Até agora, o bloqueio atingiu R$ 476 milhões em bens dos investigados.
Que crimes são investigados?
Sonegação de ICMS, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
A rede de supermercados Coelho Diniz é alvo?
A família afirma que não. Segundo a nota, a investigação não abrange a rede de supermercados nem os investimentos no GPA.









