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quinta-feira, novembro 27, 2025
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IPCA-15 sobe 0,20% em novembro e inflação volta a preocupar com pressão dos serviços

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O IPCA-15, prévia da inflação oficial medida pelo IBGE, subiu 0,20% em novembro, ligeiramente acima do que projetavam os analistas, que esperavam avanço de 0,18%. Mesmo assim, o índice continua mostrando um cenário de desinflação gradual. No ano, a alta acumulada é de 4,15%, e nos últimos 12 meses, de 4,50%, ritmo menor do que os 4,94% registrados anteriormente.

A alta deste mês foi puxada principalmente pelo comportamento dos serviços, das passagens aéreas e do setor de despesas pessoais, enquanto alguns alimentos e combustíveis colaboraram para conter a pressão.

Afinal, por que o IPCA-15 subiu mais que o previsto?

A resposta está no avanço dos serviços, que continuam sendo o componente mais pressionado da inflação. O grupo apresentou alta acima das estimativas e foi amplamente influenciado por itens voláteis, como passagens aéreas, que dispararam 11,87%, exercendo o maior impacto individual do mês.

Além disso, despesas pessoais avançaram 0,85%, impulsionadas por hospedagem e pacotes turísticos, enquanto saúde e cuidados pessoais subiram 0,29%, puxados sobretudo por plano de saúde.

Como cada grupo de preços se comportou em novembro?

O IBGE avaliou nove grupos — e sete deles registraram alta. Veja os principais destaques:

  • Despesas pessoais: 0,85%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,29%
  • Transportes: 0,22%
  • Vestuário: 0,19%
  • Alimentação e bebidas: 0,09%
  • Habitação: 0,09%
  • Educação: 0,05%
  • Comunicação: -0,19%
  • Artigos de residência: -0,20%

O recuo em combustíveis (-0,46%) ajudou a aliviar o índice, com quedas no etanol, gasolina e diesel. No entanto, o gás veicular ainda teve alta leve de 0,20%.

E os alimentos? Voltaram a subir, mas de forma moderada

Depois de cinco meses de queda, o grupo Alimentação e bebidas voltou ao campo positivo. Mas a alta de 0,09% veio com contrastes:

  • Quedas fortes em alimentos consumidos em casa: leite longa vida (-3,29%), arroz (-3,10%) e frutas (-1,60%)
  • Altas relevantes em batata inglesa (11,47%), óleo de soja (4,29%) e carnes (0,68%)

A alimentação fora do domicílio acelerou e subiu 0,68%, influenciada por refeições e lanches.

Habitação desacelera e energia elétrica segue no negativo

O grupo Habitação subiu 0,09%, menos que no mês anterior. O destaque foi a queda menor na energia elétrica, que passou de -1,09% para -0,38%, mesmo com bandeira tarifária vermelha patamar 1 em vigor. Condomínio e aluguel residencial ficaram entre as maiores pressões do grupo.

O que dizem os economistas?

Para especialistas, o IPCA-15 veio um pouco acima do esperado, mas ainda dentro de um cenário de desinflação progressiva. A pressão maior recai sobre serviços, um item sensível para a política monetária.

Carlos Thadeu, da BGC Liquidez, destaca que parte da diferença entre o resultado e as projeções veio da forte alta em passagens aéreas e alimentação fora de casa. Mesmo assim, ele vê estabilidade no quadro geral, já que itens industriais seguiram surpreendendo para baixo.

Lucas Barbosa, da AZ Quest, reforça que o índice segue dentro da banda da meta e que o processo de desaceleração continua, apesar da resistência dos serviços. Ele lembra que eventos locais, como a realização da COP em Belém, impulsionaram preços de hospedagem e alimentação na região.

E a interpretação da SulAmérica Investimentos traz outro ponto importante. Segundo a economista Mariana Rodrigues, a alta acima do esperado foi amplamente influenciada por passagens aéreas, mas há sinais positivos por outros lados:

“A surpresa altista do headline foi puxada principalmente pela forte pressão das passagens aéreas. Em serviços subjacentes, destaque para a continuidade do recuo de seguro voluntário de veículo, mas continuamos a nos preocupar com a aceleração dos intensivos em mão de obra — o que vem confirmando o case da casa de aceleração em serviços nesse final de ano. Por outro lado, os preços dos alimentos seguem surpreendendo positivamente para baixo, ajudando no headline.

Em industriais, o dado superou as expectativas da SulAmérica Investimentos e, de forma ainda mais expressiva, a mediana do mercado. Embora a antecipação da Black Friday tenha impulsionado parte desse desempenho, acreditamos que mesmo expurgando este efeito, o grupo tem mostrado um comportamento benigno, indicando vetores de continuidade para essa melhora.”

Conclusão

O IPCA-15 de novembro trouxe um alívio parcial, mas reforçou a preocupação com o comportamento dos serviços, especialmente passagens aéreas e alimentação fora de casa. Com a inflação anualizada recuando, o cenário segue de desinflação — porém com pontos de atenção que podem influenciar a política monetária daqui para frente.

Para continuar acompanhando as análises e entender como o dado afeta juros, câmbio e Bolsa, siga navegando pelo Brasilvest.

Perguntas Frequentes (FAQs)

O IPCA-15 é a inflação oficial do Brasil?

Não. Ele é uma prévia do IPCA, mas serve como indicação de tendência.

Por que passagens aéreas pesaram tanto no índice?

Por causa da alta de 11,87%, reflexo de demanda forte e sazonalidade do período.

Os alimentos vão continuar subindo?

Por enquanto, o comportamento é misto: alguns itens caem, outros sobem. A tendência recente é de alívio no geral.

O resultado veio muito acima do esperado?

Foi apenas um pouco acima: 0,20% contra 0,18% projetado.

Como o IPCA-15 impacta juros?

Se a inflação mostra resistência, o mercado reavalia cortes futuros de juros, afetando as curvas futuras.

O que mais ajudou a segurar o índice?

A queda nos combustíveis e recuos em itens importantes da cesta alimentar.

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