A nova regra do Imposto de Renda promete mudar o orçamento de milhões de brasileiros já no início de 2026. O Senado aprovou o projeto que amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil por mês, e a expectativa é que o presidente sancione o texto ainda em novembro.
A mudança traz alívio para trabalhadores de baixa e média renda — e, ao mesmo tempo, cria uma cobrança mínima para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. No fim das contas, a pergunta que muita gente está fazendo é: “Quanto realmente vai sobrar no meu bolso?”
A Brasilvest te explica tudo de forma simples, sem complicação e com foco no que afeta diretamente o seu salário.
O que exatamente muda com a nova isenção?
Em primeiro lugar, o projeto aprovado aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos brutos de até R$ 5 mil mensais. Quem está dentro desse limite simplesmente deixa de pagar IR.
O texto também cria um desconto menor e progressivo para quem ganha entre R$ 5.001 e R$ 7.350. Ou seja, mesmo quem não se encaixa na isenção total também terá algum ganho mensal.
Para compensar a perda de arrecadação, o governo instituiu uma tributação mínima de até 10% sobre lucros e dividendos de pessoas físicas com renda anual acima de R$ 600 mil.
Quem realmente vai ser beneficiado com a mudança?
Especialistas estimam que cerca de 15 milhões de contribuintes devem ser impactados positivamente. Entre eles estão:
- Trabalhadores que ganham até R$ 5 mil → passam a ser isentos
- Quem recebe até R$ 7.350 → paga menos imposto
- Pessoas com múltiplas fontes de renda → beneficiadas, desde que o total não ultrapasse R$ 5 mil mensais
Por outro lado, aproximadamente 150 mil contribuintes de alta renda passarão a pagar a nova alíquota mínima.
Quando a isenção começa a valer?
A regra ainda depende da sanção presidencial, mas o governo deve aprovar o texto dentro dos prazo legais.
Com isso, tudo indica que a nova tabela passa a valer a partir de janeiro de 2026.
Importante: ela só será aplicada na declaração de 2027, referente ao ano-base 2026.
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A mudança promete impacto real no bolso de quem ganha até R$ 5 mil.
Pelos cálculos divulgados, um trabalhador com renda mensal de R$ 5.000 deve ter um ganho aproximado de R$ 312,89 por mês, valor que vai diminuindo gradualmente conforme o salário aumenta dentro da faixa de descontos.
Quem ganha R$ 7 mil, por exemplo, terá um aumento líquido de cerca de R$ 46,61 mensais (ou R$ 605,87 por ano, incluindo o 13º salário).
Esses valores são proporcionais porque o desconto aplicado é progressivo — quanto maior a renda, menor o benefício.
A isenção vale para salário bruto ou líquido?
A regra é clara: a isenção considera rendimentos brutos de até R$ 5 mil por mês.
Ou seja: descontos como INSS ou vale-transporte não entram no cálculo.
Quem tem mais de um emprego pode ser isento?
Sim. A condição é simples: somar os rendimentos tributáveis.
Se a soma mensal ficar abaixo de R$ 5 mil, a pessoa se enquadra na isenção.
Quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 também ganha?
Sim — e é justamente essa faixa intermediária que terá o desconto gradual.
O benefício funciona como um “tapete rolante”: quem está logo acima da isenção recebe mais; quem está perto dos R$ 7.350 recebe menos.
Acima desse valor, nada muda: continua valendo a mesma tabela progressiva atual.
Como o governo vai compensar a redução da arrecadação?
Além disso, a ampliação da isenção deve custar cerca de R$ 25,8 bilhões aos cofres públicos em 2026.
Para equilibrar as contas, o projeto inclui:
- Alíquota mínima de até 10% para quem ganha mais de R$ 600 mil ao ano
- Tributação sobre lucros e dividendos recebidos por pessoas físicas
- Repasse de parte dessa nova arrecadação para estados e municípios
Em segundo lugar, de acordo com estimativas oficiais, mesmo com as compensações, deve sobrar R$ 12,7 bilhões até 2027, que serão usados na implementação da Reforma Tributária.
Pessoas de alta renda vão pagar mais imposto mesmo?
Sim. Quem recebe acima de R$ 50 mil por mês passa a ser tributado pela nova alíquota mínima.
A cobrança cresce conforme a renda aumenta. Alguns exemplos:
- R$ 600.001/ano → paga cerca de R$ 0,10
- R$ 601 mil/ano → paga cerca de R$ 100
- R$ 610 mil/ano → paga cerca de R$ 1.016
- R$ 615 mil/ano → paga cerca de R$ 1.537
A lógica é corrigir a distorção que permitia que muitos contribuintes recebessem altas quantias via dividendos sem pagar imposto.
Vai mudar o processo de declaração?
Por enquanto, nada muda na forma de declarar.
A Receita Federal deve detalhar ajustes — se houver — após a sanção presidencial.
Quem é CLT com salário alto será mais taxado?
Não. Quem já paga IR na fonte, com alíquota chegando a 27,5%, não será afetado pela nova tributação da alta renda.
A regra mira exclusivamente pessoas físicas que recebem dividendos elevados.
Por fim: vale a pena para o trabalhador?
Sim. Em conclusão, a ampliação da isenção devolve dinheiro ao contribuinte e reduz a carga sobre a faixa que mais sente o peso dos impostos.
Se quiser acompanhar como essas mudanças vão afetar seu orçamento e entender outras regras fiscais que podem impactar seu bolso, continue navegando pelos conteúdos da Brasilvest.
Perguntas frequentes (FAQ)
Quem ganha até R$ 5 mil vai pagar zero de IR mesmo?
Sim. A isenção vale para quem recebe até R$ 5 mil brutos por mês.
A regra já vale em 2025?
Não. A mudança só deve valer a partir de janeiro de 2026.
Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 ganha quanto?
O benefício é progressivo. Quanto maior o salário nessa faixa, menor o desconto.
Posso somar rendas de empregos diferentes?
Pode. O que importa é a soma total dos rendimentos tributáveis.
Pessoas ricas vão pagar mais imposto?
Sim. Quem ganha mais de R$ 600 mil ao ano terá tributação mínima sobre dividendos.









