Taxa é a mais alta do mercado e pressiona famílias endividadas, segundo Banco Central
O uso do rotativo do cartão de crédito continua sendo um dos principais vilões do endividamento das famílias brasileiras. Dados recentes do Banco Central, citados pelo Valor Econômico, mostram que a taxa média cobrada pelo rotativo segue acima de 400% ao ano em 2025, tornando-se a mais elevada entre todas as modalidades de crédito disponíveis no país.
Segundo o G1, cerca de 18% dos clientes que atrasaram o pagamento da fatura migraram automaticamente para o rotativo, muitas vezes sem perceberem o impacto financeiro. A modalidade é acionada quando o consumidor não quita o valor integral do cartão, permitindo o pagamento mínimo, mas com incidência de juros compostos que rapidamente transformam dívidas pequenas em montantes impagáveis.
O alto custo reflete, em parte, o risco de inadimplência assumido pelos bancos. Porém, especialistas avaliam que o spread cobrado vai muito além da justificativa de risco. “É uma taxa que não encontra paralelo em outros mercados emergentes, e que precisa ser revista”, afirmou um analista ouvido pela Reuters.
O governo discute alternativas para reduzir o peso do rotativo. Uma das propostas em análise pelo Banco Central é limitar a taxa de juros ou criar regras que obriguem a migração automática para linhas de crédito mais baratas após determinado prazo. Medida semelhante já foi adotada em 2017, mas perdeu eficácia diante do avanço da inflação e da alta da Selic.
Enquanto isso, entidades de defesa do consumidor reforçam a recomendação de evitar o rotativo a qualquer custo. A sugestão é negociar a dívida e buscar portabilidade para linhas de crédito com juros mais baixos, como consignado ou crédito pessoal.