A crise da Oi (OIBR3) ganhou um novo capítulo dramático — e desta vez com forte impacto no mercado e no setor de telecomunicações. A Justiça suspendeu a falência da operadora e determinou que a empresa continue em recuperação judicial, numa reviravolta que pegou credores e especialistas de surpresa.
A decisão, assinada pela desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), atende a um pedido do Bradesco, que alegou risco grave aos credores caso a falência decretada no início da semana fosse mantida.
Para a magistrada, a falência imediata colocaria em risco serviços essenciais, como telecomunicações, infraestrutura crítica e suporte tecnológico — atividades consideradas vitais para o interesse público.
Decisão derruba falência decretada pela 7ª Vara Empresarial
Em primeiro lugar, a Oi havia sido declarada “tecnicamente falida” pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial do Rio.
No entanto, o TJ-RJ entendeu que o cenário exigia maior cautela, principalmente porque a empresa ainda tem chances de recuperar ativos relevantes via arbitragem, o que poderia ajudar a honrar dívidas de médio e longo prazo.
Com isso, o tribunal determinou:
- retorno dos administradores judiciais anteriores;
- continuidade da recuperação judicial;
- investigação da responsabilidade da Pimco, que assumiu o controle da companhia.
Por que a falência agora é vista como arriscada?
Em segundo lugar, de acordo com a desembargadora, a União ainda não apresentou uma solução concreta para garantir a continuidade dos serviços deficitários da Oi.
Sem esse respaldo, decretar falência poderia resultar em:
- interrupção de serviços essenciais,
- impacto nacional no setor de telecom,
- prejuízo massivo aos credores,
- desorganização de contratos públicos estratégicos.
A magistrada afirma que a União precisará assumir sua responsabilidade no reequilíbrio desses contratos — seja por aporte de recursos, seja por outra alternativa.
Anatel volta ao centro da discussão
Em terceiro lugar, a decisão reforça que a Anatel deve ser intimada novamente, em caráter urgente, para apresentar soluções de continuidade dos serviços.
O tribunal destaca que a agência reguladora não pode seguir operando sem agir diante da crise financeira da empresa.
O Ministério Público também vê risco real caso nenhuma empresa queira assumir os serviços deficitários da Oi. Nesse cenário, restariam apenas duas alternativas:
- encampação, com a União assumindo diretamente a operação;
- paralisação da telefonia fixa, algo considerado extremo, mas possível caso o Estado não intervenha.
Pimco na mira da Justiça
Além disso, a decisão determina que seja apurada a responsabilidade da Pimco no agravamento da situação do grupo.
A Justiça quer entender se houve falhas de gestão, decisões inadequadas ou eventuais prejuízos aos credores e consumidores.
Segundo a desembargadora, há sinais de que ainda existem ativos suficientes para manter as operações e executar o plano de recuperação judicial, o que tornaria “precipitada” a decretação da falência.
Conclusão: Oi escapa da falência — por enquanto
Em conclusão, a suspensão da falência não significa vitória definitiva.
Por fim, a empresa continua com elevado endividamento, fluxo de caixa crítico e forte dependência de decisões judiciais, acordos e apoio institucional.
Mas, por agora, a companhia ganhou tempo — e a batalha pela sobrevivência continua, envolvendo governo, credores, Justiça e a própria Anatel.
💡 Para acompanhar todos os próximos desdobramentos dessa disputa que pode mudar o setor de telecom no Brasil, continue navegando pelo Brasilvest.
Perguntas Frequentes (FAQs)
A Oi está oficialmente salva?
Ainda não. A falência foi suspensa, mas a situação financeira da empresa continua grave.
Por que a Justiça decidiu derrubar a falência?
Para evitar danos aos credores e preservar serviços essenciais, considerados de interesse público.
A recuperação judicial continua?
Sim. O TJ-RJ determinou a retomada da recuperação com liquidação ordenada dos ativos.
A União terá que intervir?
É possível. O tribunal afirma que o governo precisa assumir responsabilidade pelos serviços deficitários.
Por fim, existe chance de nova decretação de falência?
Sim. A suspensão é temporária e depende das próximas decisões e do andamento da recuperação.









