A Kraft Heinz anunciou uma mudança estratégica no comando justamente em um dos momentos mais delicados de sua história recente. Em meio ao plano de cisão das operações, a empresa confirmou a troca de presidente-executivo, sinalizando que o ajuste vai além da estrutura corporativa e chega ao topo da liderança.

A decisão chama atenção porque ocorre enquanto a companhia enfrenta queda nas vendas, prejuízo bilionário e pressão dos consumidores, além de um cenário desafiador para toda a indústria de alimentos.

Quem sai e quem assume o comando da Kraft Heinz?

Carlos Abrams-Rivera deixará o cargo de presidente-executivo em 1º de janeiro. Ele havia assumido a função no início de 2024 e seguirá ligado à empresa como assessor até março de 2026, ajudando na transição.

Quem assume é Steve Cahillane, um nome experiente no setor de alimentos e bebidas, com mais de 30 anos de carreira. Ele foi, mais recentemente, presidente da Kellanova, antiga Kellogg Company, até a venda do negócio para a Mars, concluída em dezembro de 2025.

Antes disso, Cahillane passou por gigantes como Coca-Cola Company e AB InBev, o que reforça o peso da escolha feita pela Kraft Heinz.

Qual será o papel do novo CEO após a cisão?

Além de assumir como presidente-executivo, Steve Cahillane também passará a integrar o conselho de administração da companhia. Outro ponto importante é que ele será o presidente da futura Global Taste Elevation, empresa que nascerá após a divisão do grupo.

Essa nova companhia reunirá as marcas globais e de maior valor agregado, como:

• Ketchup Heinz
• Cream Cheese Philadelphia
• Kraft Mac & Cheese

Já a segunda empresa, chamada provisoriamente de North American Grocery, concentrará marcas tradicionais do mercado norte-americano, como Oscar Mayer, Kraft Singles, Lunchables e Capri Sun. A Kraft Heinz ainda busca um executivo para liderar essa operação.

Quando a divisão da Kraft Heinz será concluída?

A empresa anunciou oficialmente o plano de cisão em setembro de 2025. A expectativa é que o processo seja finalizado até o segundo semestre de 2026, criando duas companhias independentes, com estratégias e focos distintos.

O objetivo declarado é ganhar eficiência, acelerar crescimento e destravar valor, algo que o mercado vem cobrando há anos.

Por que essa mudança acontece em um momento tão sensível?

A troca de CEO não ocorre por acaso. A Kraft Heinz enfrenta uma combinação de fatores negativos:

• Queda na demanda por alguns produtos tradicionais
• Consumidores mais sensíveis a preços
• Maior rejeição a alimentos ultraprocessados
• Impacto indireto do avanço de medicamentos para perda de peso

No terceiro trimestre, a empresa registrou queda de 2,3% nas vendas e reduziu sua projeção para o ano, citando piora no sentimento do consumidor.

Prejuízo bilionário acende alerta no mercado

Os números chamam ainda mais atenção. Nos nove primeiros meses de 2025, a Kraft Heinz acumulou prejuízo líquido de cerca de US$ 6,5 bilhões, uma reversão expressiva frente ao lucro de US$ 614 milhões registrado no mesmo período de 2024.

Segundo a companhia, o resultado foi impactado principalmente por ajustes contábeis e desvalorizações de ativos, mas o dado reforça o clima de pressão interna e externa.

O que o investidor deve observar agora?

A chegada de um novo CEO experiente, somada à cisão, indica que a empresa aposta em uma virada estrutural profunda. O sucesso desse movimento vai depender da execução, da reação do consumidor e da capacidade de cada nova empresa gerar crescimento sustentável.

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Perguntas Frequentes (FAQs)

Por que a Kraft Heinz trocou de CEO agora?

A mudança ocorre em meio ao processo de divisão da empresa e à pressão por melhores resultados financeiros.

Quem é o novo presidente da Kraft Heinz?

Steve Cahillane, executivo com mais de 30 anos de experiência no setor de alimentos e bebidas.

A cisão da Kraft Heinz já foi concluída?

Não. A previsão é que a divisão seja finalizada até o segundo semestre de 2026.

Quantas empresas vão surgir após a divisão?

Duas companhias independentes, com focos distintos em marcas globais e mercado norte-americano.

O prejuízo afeta o plano de divisão?

Até o momento, não. A empresa mantém o cronograma e vê a cisão como parte da solução.