O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a colocar a jornada de trabalho no centro do debate nacional. Durante a última reunião de 2025 do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, ele pediu que empresários apoiem o governo na proposta de extinguir a escala 6×1 — modelo em que o trabalhador atua seis dias seguidos para descansar apenas um.
A fala reacende uma discussão que ganhou força nos últimos meses e que está diretamente ligada ao bem-estar do trabalhador e à modernização das relações de trabalho no país.
Por que Lula quer acabar com a escala 6×1?
O presidente comparou o cenário atual com o avanço tecnológico das últimas décadas e destacou que a produtividade aumentou — mas a qualidade de vida do trabalhador não acompanhou esse movimento.
Ele citou o exemplo da presidente do México, Cláudia Sheinbaum, que aprovou a redução da jornada semanal para 40 horas, e questionou por que o Brasil não poderia avançar na mesma direção.
Lula também relembrou sua própria experiência:
“Eu ia para a porta da Volkswagen às cinco e meia da manhã. A empresa tinha 40 mil trabalhadores, produzia mil e duzentos carros. A gente trabalhava a mesma jornada que se trabalha hoje, mesmo com avanços tecnológicos. E o que avançou tecnologicamente que a gente não reduziu a jornada?”
A mensagem é clara: o avanço das máquinas deveria significar mais qualidade de vida, e não apenas mais lucro para as empresas.
Debate ganha força no Congresso
O tema voltou a ganhar destaque após o deputado Luiz Gastão (PSD-CE) apresentar um parecer na subcomissão que discute a redução da jornada semanal.
O relatório propôs:
- Jornada máxima de 40 horas por semana
- Manutenção da escala 6×1, mesmo com redução de horas
A proposta foi imediatamente criticada pelo governo, que considera o texto insuficiente e desconectado da realidade dos trabalhadores.
Lula defendeu que mudar apenas as horas semanais não resolve o problema da escala, que continua sendo desgastante para boa parte da classe trabalhadora.
O que pode acontecer agora?
Com o discurso do presidente, o tema deve:
- Ganhar peso no Congresso em 2026
- Dividir opiniões entre centrais sindicais e setor produtivo
- Impactar negociações de diversas categorias
- Ser pauta central em debates sobre produtividade, qualidade de vida e competitividade
A tendência é que empresas e governo tenham de buscar um modelo intermediário que reduza desgaste sem comprometer a operação dos negócios.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
O que é a escala 6×1?
É um modelo de jornada em que o trabalhador trabalha seis dias seguidos para descansar apenas um.
O que Lula propõe?
Encerrar o modelo 6×1 e discutir jornadas que acompanhem o avanço tecnológico e melhorem a qualidade de vida.
O que diz o relatório apresentado na Câmara?
Propõe jornada semanal de 40 horas, mas mantém a escala 6×1 — motivo de críticas do governo.
A mudança impactaria quais setores?
Principalmente comércio, indústria, serviços e operações contínuas que usam escalas rígidas.
Por que o governo cita o exemplo do México?
Porque o país reduziu a jornada para 40 horas semanais e virou referência para o debate brasileiro.
A redução da escala exige reforma trabalhista?
Provavelmente sim, pois muda regras estruturais da CLT e impacta múltiplos setores da economia.









