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sexta-feira, novembro 14, 2025
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Golpe do “abate de porcos” ligado ao Camboja leva à maior apreensão de Bitcoin da história

Operação internacional apreende 127 mil BTC — mais de US$ 15 bilhões — e expõe como redes criminosas usam criptomoedas para lavagem e fraude digital em larga escala

Autoridades dos Estados Unidos anunciaram a maior apreensão de Bitcoin (BTC) da história, totalizando 127 mil unidades, avaliadas em mais de US$ 15 bilhões. A operação desmantelou um vasto esquema de fraude conhecido como “abate de porcos” (pig butchering), vinculado a uma rede criminosa com sede no Camboja, segundo informações do Money Times.

O grupo investigado é liderado pelo empresário Chen Zhi, apelidado de “príncipe do Camboja”, fundador do Prince Group, conglomerado acusado de operar zonas econômicas falsas para atrair vítimas e lavar grandes quantias em criptomoedas. As acusações foram apresentadas pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), em cooperação com autoridades de países do Sudeste Asiático.

Como funcionava o golpe

De acordo com o Money Times, o esquema atuava desde 2015 e combinava fraudes financeiras, manipulação emocional e sequestro digital de vítimas. Criminosos simulavam relacionamentos on-line para convencer pessoas a investir em plataformas falsas de criptomoedas, prometendo altos retornos.

As vítimas que viajavam até o Camboja ou Laos para conhecer os supostos investidores eram, em alguns casos, mantidas em cativeiro e forçadas a aplicar golpes on-line sob vigilância. Parte dos valores era convertida em Bitcoin e redistribuída por meio de exchanges e operações de mineração clandestina, conforme apurou a CoinDesk e o Portal do Bitcoin.

O nome “abate de porcos” deriva da estratégia de “alimentar” a confiança das vítimas antes de “abater” seus recursos — uma analogia ao processo de engorda e sacrifício dos animais, como explica o Wikipedia.

Impactos para o setor de criptoativos

A apreensão recorde acendeu um alerta global sobre o uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro e golpes transnacionais. Analistas afirmam que o caso reforça a necessidade de rastreabilidade, governança e regulação internacional mais robusta no setor de criptoativos.

De acordo com o Executive Digest, o volume de BTC confiscado representa uma das maiores movimentações individuais já registradas em blockchain — um marco que coloca a governança cripto no mesmo patamar de complexidade dos sistemas financeiros tradicionais.

Ao mesmo tempo, a operação demonstra que transações em blockchain são rastreáveis e que a ideia de anonimato total nas criptomoedas é um mito. As autoridades conseguiram mapear os fluxos entre carteiras digitais e exchanges centralizadas, o que reforça o papel da tecnologia como ferramenta de investigação.

Próximos passos e repercussões

A apreensão envolveu cooperação entre EUA, Reino Unido, Camboja e Tailândia, e deve abrir precedente para novos acordos internacionais de combate à fraude em criptoativos. Ainda não há definição sobre o destino dos bitcoins apreendidos — o governo americano pode optar por leiloar os ativos, como já ocorreu em casos anteriores.

Para startups e investidores do ecossistema cripto, o episódio serve de lembrete de que inovação e segurança jurídica devem caminhar juntas. Projetos que envolvem tokenização, mineração e custódia digital precisarão adotar práticas de compliance e due diligence internacional mais rigorosas.

A operação cambojana representa não apenas um recorde de apreensão, mas um divisor de águas para o futuro da governança global em criptoativos — mostrando que o avanço da inovação digital depende, cada vez mais, de regulação e fiscalização integradas.

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