A nova pesquisa Datafolha revelou que mais da metade dos brasileiros acredita que Jair Bolsonaro pretendia fugir ao danificar a tornozeleira eletrônica que utilizava por ordem judicial. O levantamento, realizado entre 2 e 4 de dezembro, mostra que 54% veem intenção de fuga, enquanto 33% aceitam a versão do ex-presidente de que ele teria agido durante um surto paranoico. Outros 13% não souberam responder.
O episódio — ocorrido na madrugada de 22 de novembro — reacendeu debates políticos e jurídicos sobre o comportamento do ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar em Brasília desde agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
O que dizem os números do Datafolha?
A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos.
O resultado se mostrou relativamente homogêneo, mas alguns grupos se destacaram:
- 60% dos jovens (16 a 24 anos) acreditam que houve tentativa de fuga
- Entre os mais ricos, sobe para 40% a adesão à tese de surto
- No recorte regional, a hipótese de fuga cresce para 61% no Nordeste
- Entre eleitores de Lula, 66% veem fuga; entre bolsonaristas, 66% acreditam na tese do surto
- Entre evangélicos, 46% aceitam a versão do surto
As diferenças políticas ficaram ainda mais nítidas conforme os dados foram segmentados por intenção de voto e região.
O que aconteceu na madrugada de 22 de novembro?
Às 0h07, o sistema da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal registrou violação da tornozeleira de Bolsonaro.
A equipe de monitoramento entrou em contato com a residência, que alegou que o equipamento havia batido em uma escada.
Mas, quando agentes chegaram ao local, encontraram a tornozeleira danificada com uso de ferro de solda.
Para o ministro Alexandre de Moraes, o dano reforçava o risco de fuga — hipótese já monitorada pela Corte. A avaliação era de que a confusão poderia permitir que Bolsonaro fosse retirado da residência e conduzido a uma embaixada de país aliado, onde estaria protegido por inviolabilidade diplomática.
Situação atual de Bolsonaro
Desde o episódio, Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília.
O pedido de retorno à prisão domiciliar foi negado após o encerramento do processo que o condenou por participação em trama golpista.
A discussão política em torno do episódio cresce no momento em que a candidatura de Flávio Bolsonaro para 2026 movimenta o mercado e aumenta a tensão entre eleitores.
Conclusão: pesquisa expõe divisão profunda e reforça impacto político
Os dados do Datafolha mostram que o episódio da tornozeleira acentuou ainda mais a divisão entre grupos políticos no país.
Enquanto um segmento significativo acredita na hipótese de fuga, a base bolsonarista sustenta a versão do surto, ampliando o distanciamento na percepção sobre os fatos.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
A maioria acredita que Bolsonaro tentou fugir?
Sim. Segundo o Datafolha, 54% veem intenção de fuga no rompimento da tornozeleira.
Quantos aceitam a versão do surto?
Apenas 33% dos entrevistados.
A percepção muda conforme a renda?
Sim. Entre os mais ricos, cresce a adesão à hipótese de surto.
E entre os eleitores de Bolsonaro?
Nesse grupo, 66% acreditam na versão do surto.
O que diz Alexandre de Moraes sobre o caso?
Para o ministro, o dano à tornozeleira reforça o risco de fuga para uma embaixada estrangeira.
Onde Bolsonaro está preso hoje?
Na superintendência da Polícia Federal em Brasília.









