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Mais de 1 milhão de segurados do INSS já contestaram descontos indevidos. Porém, eles continuam sem receber a devolução dos valores. O motivo? Não fizeram a adesão ao acordo oficial. As informações são da Folha.
O STF (Supremo Tribunal Federal) homologou esse acordo. Ele faz parte do plano de ressarcimento. Assim sendo, aposentados e pensionistas recebem o dinheiro diretamente na conta do benefício. Ou seja, não precisam entrar na Justiça.
Apesar disso, muitos segurados não concluíram a segunda etapa. Essa etapa é justamente a adesão. Dessa forma, sem ela, o INSS não libera nenhum valor.
Por que tanta gente ainda não recebeu o dinheiro de volta?
Especialistas ouvidos pela Folha apontam três principais motivos:
- Falta de informação: Muitos beneficiários sequer sabem que precisam fazer uma segunda etapa. Isso ocorre após contestar o desconto.
- Dificuldade tecnológica: Parte dos segurados não consegue acessar o Meu INSS. Além disso, não conseguem concluir o processo sozinhos.
- Desconfiança: Quem já sofreu desconto indevido teme ser enganado novamente.
O advogado previdenciário Luis Gustavo Nicoli critica a falta de clareza do INSS. Segundo ele, o instituto deveria ter criado uma página única e simples. Dessa maneira, seria possível consultar diretamente e obter informações claras sobre a devolução.
Como funciona o acordo do INSS?
O segurado contesta o desconto. Em seguida, o processo segue estas etapas:
- A associação responsável tem 15 dias para apresentar documentos. Eles devem comprovar a autorização.
- Caso não apresente provas, o segurado já pode aderir ao acordo.
- O segurado faz a adesão pelo Meu INSS ou nos Correios.
- Após aceitar o acordo, o INSS libera o pagamento administrativamente.
A associação pode responder a contestação com documentos duvidosos. Mesmo assim, o segurado pode seguir o processo. Isso é especialmente válido quando há indícios da chamada “fraude da fraude“.
A perigosa “fraude da fraude”: entenda como funciona
A Folha revelou que muitas entidades enviaram documentos falsos ao INSS. O objetivo era comprovar autorizações inexistentes. Entre os golpes identificados estão:
- assinaturas digitais forjadas,
- áudios falsificados, apresentados como se fossem do aposentado,
- uso de softwares para criar ou alterar documentos.
De acordo com a AGU (Advocacia-Geral da União), 17 entidades participam desse esquema.
Quem já pode aderir ao acordo?
A Folha divulgou os seguintes dados:
- 6,064 milhões contestaram descontos indevidos.
- 4,8 milhões estão aptos a aderir ao acordo.
- 3,8 milhões já aceitaram. Isso representa 78,7%.
- O INSS emitiu 3,7 milhões de pagamentos. Eles somam R$ 2,56 bilhões.
- Há R$ 3,3 bilhões disponíveis para pagamento imediato.
Apesar disso, mais de 1 milhão de pessoas seguem paradas. Ou seja, elas não avançaram na etapa mais importante: a adesão.
O que fazer para receber o dinheiro de volta?
A Folha apurou as informações. Com base nelas, preparamos um guia simplificado.
1. Quando a associação envia documentos
Em primeiro lugar, você recebeu documentos? Eles supostamente provam a autorização? Analise tudo com atenção.
Caso não reconheça os documentos:
- Pode ser “fraude da fraude”
- Você continua apto a aderir ao acordo
- O INSS fará a devolução mesmo assim
A AGU já determinou uma regra. Dessa forma, vítimas dessa segunda fraude também receberão os valores.
2. Como aderir ao acordo pelo Meu INSS
- Em primeiro lugar, entre no Meu INSS. Use o app ou o site.
- Em seguida, clique em Consultar Pedidos.
- Logo após, selecione Cumprir Exigência.
- Abra o último comentário da solicitação.
- Vá até “Aceito receber”. Marque Sim.
- Por fim, envie.
Depois disso, basta aguardar o pagamento.
3. Como pedir a devolução se você ainda não contestou
Em terceiro lugar, pelo Meu INSS:
- Acesse o sistema. Use CPF e senha.
- Busque por “Consultar descontos de entidades”.
- Indique se reconhece ou não cada desconto.
- Informe e-mail e telefone.
- Por fim, envie a declaração.
Presencialmente:
Vá aos Correios. Lá, você pode pedir ajuda com a consulta. Além disso, pode registrar o pedido.
Quem pode aderir ao acordo?
Aposentados e pensionistas podem aderir. Eles devem ter sofrido descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025.
Ao aceitar o acordo:
- você recebe o valor administrativamente,
- abre mão de pedir indenização por danos morais,
- e o juiz extingue a sua ação judicial, caso exista.
Posso entrar na Justiça se não quiser aderir?
Sim. O caminho judicial fica aberto. Porém, apenas para quem não aderir ao acordo.
Advogados ouvidos pela Folha explicam. Pela via judicial é possível:
- pedir revisão de valores,
- contestar cálculos,
- solicitar indenização por dano moral,
- pedir tutela de urgência em casos graves.
Há um detalhe importante. O STF determinou a suspensão temporária de ações sobre o tema. Logo, isso pode atrasar decisões.
Quais entidades fazem parte da “fraude da fraude”?
A Folha apurou os dados. São 17 associações envolvidas. Entre elas estão:
- AASAP
- Amar Brasil
- CENAP.ASA
- Master Prev
- ANDDAP
- Conafer
- Abrapps
- Cinaap
- Cobap
- Sindnapi
- AASPA
- Unsbras
- AAPB
- Aapen
- Caap
- Ambec
- Cebap
Algumas delas negaram irregularidades. Além disso, afirmam que aguardam posicionamento do INSS.
Conclusão: por que você não pode deixar para depois?
Em conclusão, mais de 1 milhão de segurados estão deixando de receber valores. O STF já homologou o acordo. Ou seja, esses valores são garantidos.
Por fim, você contestou um desconto indevido? Verifique imediatamente sua adesão no Meu INSS. O processo é simples. Dessa forma, você evita a necessidade de entrar na Justiça.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Ainda não recebi a devolução. O que pode estar faltando?
Provavelmente você ainda não fez a adesão ao acordo. Isso ocorre mesmo tendo contestado o desconto.
Posso aderir ao acordo mesmo se a associação enviou documentos?
Sim. Você não reconhece os documentos? Pode ser “fraude da fraude”.
Quem pode pedir a devolução administrativa?
Aposentados e pensionistas podem pedir. Além disso, eles devem ter tido descontos indevidos entre 2020 e 2025.
Posso entrar na Justiça mesmo com o acordo disponível?
Sim. Porém, somente se não aderir ao acordo administrativo.
Onde posso fazer o pedido?
Pelo Meu INSS ou presencialmente nos Correios.
Por fim, quanto dinheiro ainda está disponível para pagar os segurados?
O INSS tem R$ 3,3 bilhões reservados. Esse valor é destinado aos ressarcimentos.









