Índices sobem após avanço no Japão e dados mistos da China que geram expectativa de estímulo
Os mercados de ações da Ásia fecharam em alta nesta segunda-feira, com o índice japonês liderando o avanço após o fortalecimento da chance de Sanae Takaichi assumir o cargo de primeira-ministra do Japão e adotar uma postura pró-estímulo fiscal, segundo a Reuters. Ao mesmo tempo, os dados econômicos da China mostraram crescimento de 4,8% no terceiro trimestre, menor ritmo anual, o que reacendeu expectativas de que o governo chinês possa anunciar estímulos em breve.
Japão disparou com expectativa de estímulo
O mercado japonês ganhou fôlego com a perspectiva de que Takaichi, vista como “dovish” em termos de política fiscal e monetária, assuma a liderança, elevando a aposta em estímulos que podem beneficiar empresas domésticas. A moeda do Japão, o iene, enfraqueceu frente ao dólar, refletindo o apetite por risco e liquidez, conforme aponta a Reuters.
China entre avanços industriais e consumo fraco
Apesar de a China ter registrado crescimento de 1,1% no trimestre em comparação ao anterior, seu desempenho anual de 4,8% é o mais fraco em um ano, segundo análise da Reuters. A produção industrial subiu 6,5% em setembro, mas as vendas no varejo cresceram apenas 3,0% — o que reforça a ideia de uma economia ainda dependente de exportações e estímulos governamentais.
Sentimento global e próximos gatilhos
A combinação de melhora no humor global — com investidores mais confiantes em ativos de risco — e a busca por estímulos na Ásia ajudou a impulsionar as bolsas. Ainda assim, os analistas alertam que o cenário segue sensível: novos dados da inflação nos EUA e eventuais decisões de bancos centrais na Ásia podem gerar reversão rápida. Conforme relatório da Reuters, “Morning Bid: The Takaichi trade makes a comeback”, os mercados adotam o chamado “Takaichi trade” com expectativa de estímulo e risco de reversão se a política monetária se mantiver restritiva.
Impactos para o investidor brasileiro
Para o investidor no Brasil, o momento no mercado asiático pode gerar dois efeitos relevantes: (1) o fortalecimento de apetites por risco pode favorecer a entrada de capital em mercados emergentes, beneficiando empresas brasileiras exportadoras; (2) porém, o ciclo de estímulo e inflação global reforça a necessidade de atenção à taxa de câmbio e à volatilidade externa, que podem pressionar o real e ativos domésticos. A leitura para o cenário brasileiro é de alerte e oportunidade, especialmente para quem busca diversificação geográfica.









