Autoridades cobram medidas imediatas da empresa após anúncios de embalagens reutilizadas em esquemas ilegais
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, foi notificada por autoridades brasileiras por permitir a venda de produtos usados na falsificação de bebidas alcoólicas. Conforme o InfoMoney, o Ministério Público identificou anúncios de garrafas, tampas e rótulos reutilizados, oferecidos em plataformas da empresa. Esses itens alimentam o comércio ilegal e comprometem a segurança do consumidor.
A notificação exige que a Meta retire os anúncios irregulares imediatamente, identifique os vendedores envolvidos e colabore com as investigações. Segundo o órgão, a omissão da empresa pode caracterizar negligência no controle do conteúdo publicado em seus canais. Além disso, as autoridades querem saber quais mecanismos de moderação e rastreamento estão ativos para evitar reincidência.
O problema vai além da Meta
A venda de produtos usados para falsificação não é nova, mas cresceu junto com o avanço do e-commerce. Em várias plataformas, criminosos se aproveitam de falhas de moderação para vender garrafas, tampas e embalagens vazias de bebidas conhecidas. Essas peças são reutilizadas para criar cópias falsas de marcas premium.
Segundo o InfoMoney, essa prática prejudica não apenas o consumidor, mas também as empresas do setor de bebidas, que enfrentam perdas bilionárias com a circulação de produtos falsificados.
Por outro lado, a Meta afirma que está cooperando com as autoridades e promete reforçar suas ferramentas de detecção automática. A companhia informou que já removeu uma parte dos anúncios suspeitos e que ampliará a equipe de verificação. Ainda assim, promotores afirmam que a resposta precisa ser mais ágil e transparente, já que o problema envolve riscos à saúde pública.
Impactos no mercado e na reputação
A notificação chega num momento em que a Meta tenta reconstruir a confiança de usuários e anunciantes. Casos de desinformação e publicidade enganosa já haviam desgastado a imagem da empresa. Agora, com a acusação de facilitar o comércio ilegal, o impacto pode se estender ao valor de mercado e à percepção de responsabilidade corporativa.
Além disso, a situação pressiona outras plataformas, como Mercado Livre e Amazon, a intensificarem seus mecanismos de controle. Ambas já sofreram ações semelhantes e tiveram de criar filtros mais rigorosos para impedir fraudes. Portanto, a tendência é que o episódio acelere a discussão sobre regulação de marketplaces no Brasil.
Consequências e próximos passos
Caso a Meta não atenda às exigências, ela pode enfrentar multas pesadas e ações civis públicas. O Ministério Público também avalia a criação de uma força-tarefa permanente para monitorar o comércio digital e cruzar dados de anúncios com investigações de falsificação.
Enquanto isso, os consumidores devem redobrar a atenção. Antes de comprar, é essencial verificar a reputação do vendedor, analisar as imagens dos produtos e evitar ofertas muito abaixo do preço de mercado. Essas medidas simples ajudam a reduzir o risco de alimentar, sem saber, uma rede criminosa.
Em um cenário cada vez mais digital, a notificação contra a Meta reforça uma mensagem clara: as plataformas precisam assumir responsabilidade ativa sobre o que é vendido em seus espaços. A era da neutralidade passiva ficou para trás — e o combate à falsificação digital se tornou prioridade global.