A Natura (NATU3) ainda enfrenta um caminho longo até retomar um ciclo de crescimento. Segundo o BB Investimentos, a melhora concreta nos resultados da companhia só deve começar em 2026, quando se espera o início da queda dos juros no Brasil.
Com isso, o banco reduziu o preço-alvo das ações para R$ 10,80, ante R$ 17,30, e manteve a recomendação neutra. O motivo? Um ambiente macroeconômico restritivo, desafios na integração da Avon e demora na captura de sinergias prometidas com a fusão.
O que está pesando sobre a Natura
De acordo com o relatório assinado por Andréa Aznar, o cenário ainda é de pressão para empresas de bens não essenciais.
Com os juros elevados e o crédito mais caro, o consumidor perdeu poder de compra — e isso tem impacto direto no desempenho da Natura.
Além disso, o mercado segue atento ao futuro da Avon, marca que passou por várias reestruturações após a fusão. A venda da Avon Card e o acordo para se desfazer da Avon International (ex-Rússia) trouxeram algum alívio, mas ainda não foram suficientes para dissipar as incertezas.
Queda acentuada das ações em 2025
Em 2025, a Natura acumula uma queda de mais de 38% até o dia 12 de novembro — um desempenho bem inferior ao do Ibovespa e ao índice de consumo (ICON).
Apenas em 11 de novembro, após o balanço do terceiro trimestre, as ações despencaram 15,65%.
O BB Investimentos aponta que o mercado reage com cautela diante da lentidão na reorganização da empresa e da expectativa frustrada com a “Onda 2” de integração com a Avon.
O desafio da integração e os obstáculos regionais
A chamada “Onda 2” de integração, que envolve as operações do México e da Argentina, tem levado mais tempo do que o previsto para gerar resultados concretos.
Na Argentina, o cenário é ainda mais complicado: a hiperinflação e a migração do catálogo físico para o digital têm dificultado o avanço das vendas.
Apesar disso, o banco destaca pontos positivos, como a simplificação da estrutura corporativa e a força da marca Natura, que continua sólida no Brasil e na América Hispânica.
Quando o cenário pode virar
A expectativa do BB Investimentos é que a melhora no desempenho da Natura venha no primeiro trimestre de 2026 (1T26), quando o Banco Central deve iniciar o ciclo de queda dos juros.
Esse movimento tende a aumentar o poder de compra dos consumidores e melhorar o ambiente para empresas de varejo e cosméticos.
Até lá, a recomendação é de cautela, já que o setor ainda enfrenta margens comprimidas e demanda enfraquecida.
Conclusão
A Natura vive um período de transição delicado — entre ajustes internos, cenário macro desfavorável e desafios na integração internacional.
Mas a marca tem mostrado resiliência e potencial para reagir assim que o ciclo econômico se tornar mais favorável.
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FAQs
Por que o BB Investimentos reduziu o preço-alvo da Natura?
O banco citou o ambiente macroeconômico difícil, juros altos e demora nas sinergias da fusão com a Avon como principais fatores.
Quando a Natura deve começar a melhorar?
O BB Investimentos acredita que a melhora virá a partir do primeiro trimestre de 2026, com a queda dos juros no Brasil.
O que é a “Onda 2” da integração?
É a segunda fase da união entre Natura e Avon, que busca consolidar as operações na América Latina, especialmente no México e Argentina.
Por que as ações da Natura caíram tanto em 2025?
O mercado reagiu mal aos resultados fracos do terceiro trimestre e à incerteza sobre o futuro da Avon, levando a uma queda acumulada de mais de 38% no ano.
A Natura ainda tem pontos positivos?
Por fim, sim. O banco reconhece a força da marca, a presença consolidada na América Latina e o processo de simplificação da estrutura corporativa como diferenciais para o longo prazo.









