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segunda-feira, setembro 29, 2025
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Nova corrida por minerais críticos reacende disputa geopolítica entre China e Ocidente

Estados Unidos e Europa intensificam acordos para reduzir dependência chinesa em lítio, cobalto e terras raras.

A disputa global por minerais estratégicos — como lítio, cobalto e terras raras — tem ganhado contornos cada vez mais acirrados, colocando China, Estados Unidos e Europa em rota de colisão. Esses insumos são essenciais para a produção de baterias, veículos elétricos, painéis solares e equipamentos militares, e o controle sobre suas cadeias de suprimento tornou-se uma questão de soberania econômica e segurança nacional.

A China domina a cadeia global desses minerais: é responsável por mais de 70% do refino de lítio, cerca de 60% do cobalto e quase 90% do processamento de terras raras, segundo relatório do International Energy Agency (IEA). Isso acendeu o alerta entre países ocidentais, que temem uma vulnerabilidade estratégica em caso de tensões geopolíticas ou sanções comerciais.

Em resposta, os Estados Unidos têm reforçado parcerias com países latino-americanos, africanos e da Oceania, buscando fontes alternativas e ampliando investimentos em processamento doméstico. A Bloomberg destaca que o governo Biden já destinou mais de US$ 2 bilhões para projetos de mineração e refino de minerais críticos em solo americano — um esforço para frear a supremacia chinesa no setor.

A União Europeia também se movimenta. Aprovou, em 2023, a “Critical Raw Materials Act”, que estabelece metas para reduzir a dependência externa em minerais estratégicos e incentiva investimentos em exploração dentro do bloco. Segundo a Reuters, há planos em andamento para explorar jazidas de lítio em Portugal e terras raras na Suécia.

Analistas alertam que a corrida por esses minerais pode reconfigurar alianças diplomáticas e causar novos atritos comerciais. “Estamos vendo o nascimento de uma nova geopolítica dos recursos, onde quem controlar os minerais do futuro terá mais influência do que quem controla o petróleo”, afirma a economista Helima Croft, do RBC Capital Markets, ao Financial Times.

O Brasil, com reservas relevantes de nióbio, grafite e lítio, aparece como peça estratégica nesse tabuleiro. O desafio será equilibrar a atração de investimentos com responsabilidade ambiental e autonomia sobre seus recursos. A corrida já começou — e o mundo quer saber quem vai liderar o futuro da energia limpa.

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