Em meio à crise de crédito, governo ajusta regras para facilitar financiamento da casa própria
O governo aprovou um novo modelo de crédito imobiliário que eleva o limite financiável de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, restringe juros a até 12% ao ano e prevê liberar R$ 111 bilhões em crédito até 2027, segundo reportagem do InfoMoney.
A iniciativa aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) pretende atingir principalmente famílias com rendimento entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais, grupo que está acima dos programas habitacionais populares, mas encontra barreiras no mercado convencional.
Principais condições e benefícios do novo modelo
- Financiamento de até 80% do imóvel para operações pela Caixa Econômica Federal.
- Juros máximos definidos em 12% ao ano, já incluindo tarifas e comissões.
- Uso permitido do FGTS para dar entrada, amortizar ou quitar parte do financiamento.
- O novo modelo entra em fase de transição em 2025 e passará a vigor pleno a partir de janeiro de 2027.
- Em adição, o Banco Central prevê liberar R$ 36,9 bilhões imediatamente, extraídos dos recursos da poupança, no primeiro ano do programa. InfoMoney
O que muda para quem quer comprar imóvel
Com essas mudanças, pessoas que antes precisavam de entrada maior ou que não conseguiam enquadrar-se nos limites antigos agora terão condições mais favoráveis. A elevação do teto permite negociar imóveis mais caros ou com melhor localização, sem precisar migrar para linhas de crédito mais caras.
Outra alta expectativa é que a liberação gradual de recursos da poupança e a flexibilização no direcionamento compulsório estimulam os bancos a ofertarem crédito com taxas mais competitivas.
Desafios e pontos a observar
Apesar do otimismo, há desafios. A nova política depende de regulamentação e adesão dos bancos para se tornar efetiva. As taxas de juros ainda estarão sujeitas ao custo de captação e à política monetária vigente.
Além disso, o programa precisa conciliar estímulo à concessão de crédito com manutenção da solidez das operações e risco controlado — sobretudo porque haverá maior volume de financiamento para classe média, que historicamente responde de forma sensível a crises econômicas.