Transformar imóveis, obras de arte e até gado em tokens digitais já é realidade no Brasil — e promete democratizar o mercado financeiro.
Você já imaginou comprar um pedaço de um imóvel, de uma colheita de soja ou até de um quadro famoso com apenas alguns cliques e pouco dinheiro? É isso que a tokenização de ativos está tornando possível — e o movimento já começou a ganhar corpo no Brasil.
A tokenização consiste em transformar um ativo real — como um imóvel, um carro ou até um contrato de recebíveis — em pequenos pedaços digitais registrados em blockchain. Esses “tokens” representam uma fração daquele bem e podem ser comprados, vendidos ou transferidos como qualquer outro ativo digital.
Empresas de tecnologia financeira e corretoras estão apostando pesado nesse formato. A promessa é democratizar o acesso a investimentos que antes eram restritos a grandes investidores ou fundos. Com a tokenização, é possível começar a investir com valores a partir de R$ 100, por exemplo.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já vem se posicionando de forma favorável à regulamentação desse mercado, o que dá mais segurança jurídica para emissores e investidores. Grandes bancos e gestoras também estão testando produtos baseados em tokens — especialmente ligados a crédito agrícola, precatórios e imóveis.
Para o investidor, a principal vantagem é a diversificação de portfólio com ativos alternativos e a possibilidade de alta liquidez, já que esses tokens podem ser negociados em plataformas específicas. Mas é fundamental avaliar o lastro do ativo, a tecnologia usada e a credibilidade da empresa emissora.
A tokenização é vista como uma das grandes promessas da próxima década no setor financeiro. E embora ainda esteja em estágio inicial, ela já dá sinais de que pode mudar a forma como compramos, vendemos e investimos em ativos físicos.