Níveis elevados de dívida pública acendem alerta em economias desenvolvidas e emergentes.
Segundo relatório de 2024 do FMI, o Japão lidera o ranking dos países mais endividados do mundo, com uma dívida pública equivalente a 263% do PIB. Em segundo lugar aparece a Grécia (166%), seguida pela Itália (144%) e pelos Estados Unidos (123%). O Brasil figura com uma dívida próxima a 77% do PIB, segundo dados do Tesouro Nacional.
Esses números refletem anos de políticas fiscais expansionistas, envelhecimento populacional, aumento de gastos com previdência e, mais recentemente, os pacotes de estímulo adotados durante a pandemia. A Bloomberg aponta que, em 2020, os países do G20 aumentaram em média 13 pontos percentuais no endividamento.
A dívida pública, por si só, não é necessariamente um problema — o risco real está na capacidade de pagamento. Países com moeda forte e credibilidade internacional, como EUA e Japão, conseguem emitir dívida com juros baixos e rolar seus compromissos com facilidade. Já economias emergentes enfrentam maior custo e risco cambial.
Segundo o Estadão, o Brasil tem uma das maiores taxas de juros reais do mundo, justamente como forma de manter os investidores comprando títulos da dívida e evitar desequilíbrios fiscais. Mas isso trava o crescimento econômico e dificulta o investimento produtivo.
Entender o cenário global de endividamento ajuda a refletir sobre sustentabilidade fiscal, reformas necessárias e os desafios que o Brasil precisa enfrentar para crescer de forma consistente.