Os preços do petróleo voltaram a subir com força nesta sexta-feira (14) depois que um novo ataque ucraniano atingiu em cheio uma das áreas mais sensíveis da infraestrutura energética da Rússia. A ofensiva, realizada durante a madrugada, paralisou operações em um dos principais portos de exportação do país e reacendeu preocupações sobre oferta global.
Logo no início da manhã, a reação do mercado foi imediata: o Brent chegou a subir mais de 2% e, por volta das 10h40 (horário de Brasília), avançava 1,37%, negociado a US$ 63,86 o barril.
O WTI, referência nos Estados Unidos, também acelerou a alta e ganhava 1,72%, cotado a US$ 59,69.
A escalada acontece em meio a uma série de ataques que a Ucrânia vem promovendo contra instalações estratégicas russas, principalmente refinarias, oleodutos e portos — ações que, segundo Kiev, têm como objetivo reduzir a capacidade de Moscou de financiar sua operação militar.
Ataque atinge porto crucial para a Rússia
O episódio mais recente teve como alvo o porto de Novorossiysk, no Mar Negro.
A região é um dos pilares das exportações russas de petróleo e gás, responsável por escoar volumes significativos para a Europa, Ásia e Oriente Médio. Após o ataque, as operações precisaram ser completamente suspensas.
Autoridades locais relataram danos em um navio ancorado, em prédios residenciais próximos e em um depósito de petróleo. Até o momento, não houve confirmação oficial sobre a extensão das perdas, mas fontes regionais afirmam que a interrupção pode durar mais de 24 horas.
A estatal russa Transneft, responsável pelo monopólio dos oleodutos do país, suspendeu imediatamente o fornecimento de petróleo para o terminal — e manteve silêncio sobre a situação.
O Caspian Pipeline Consortium (CPC), responsável por exportar petróleo do Cazaquistão a partir de um terminal vizinho, também interrompeu os carregamentos até que o alerta para novos ataques seja retirado.
Por que este ataque mexeu tanto com os preços do petróleo?
Embora a guerra já tenha provocado diversos impactos no mercado global de energia desde 2022, o ataque a Novorossiysk ganhou proporção maior porque atinge diretamente a logística de exportação, não apenas a capacidade de refino.
É considerada uma das ações mais contundentes contra a infraestrutura russa em meses.
Desde agosto, drones ucranianos de longo alcance têm atingido:
- refinarias no interior da Rússia,
- oleodutos estratégicos,
- portos no Mar Negro e no Báltico,
- terminais de armazenamento.
Cada uma dessas ofensivas pressiona o preço internacional, mas atingir um porto que movimenta milhões de barris por dia cria um risco adicional: um possível gargalo prolongado na oferta global de petróleo.
Para traders e analistas, o ataque reforça que o conflito ainda tem grande potencial para afetar o abastecimento global — especialmente porque ocorre em um cenário de fragilidade econômica de diversos países importadores.
Tensão geopolítica e mercado sensível
Em momentos de incerteza, o petróleo tende a reagir de forma imediata.
Além do risco de interrupção do fluxo russo, há preocupações adicionais:
- possível resposta militar mais dura de Moscou,
- riscos de novos ataques ucranianos,
- impacto sobre rotas de transporte marítimo,
- sensibilidade de países europeus altamente dependentes de energia.
A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo. Qualquer interrupção significativa nas exportações costuma gerar impacto direto no equilíbrio entre oferta e demanda global.
O que esperar para os próximos dias?
Analistas acreditam que o mercado deve continuar volátil enquanto houver risco de novos ataques — especialmente porque o uso de drones de longo alcance vem se tornando mais sofisticado.
Além disso, investidores aguardam comunicados de autoridades russas e de grandes consórcios internacionais para medir o grau de comprometimento do terminal.
Se a paralisação durar mais tempo que o previsto, a pressão sobre os preços deve aumentar.
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Perguntas Frequentes (FAQs)
Por que os preços do petróleo subiram tão rápido?
Porque o ataque atingiu um porto essencial para as exportações russas, interrompendo parte da oferta global.
O ataque ucraniano gerou danos graves?
Sim. Há relatos de danos em infraestrutura, navios e depósitos de petróleo, além da interrupção total das operações em Novorossiysk.
Esse tipo de ataque pode se repetir?
Pode. A Ucrânia vem intensificando ataques a instalações energéticas russas usando drones de longa distância.
Como essa interrupção afeta o mercado global?
Qualquer redução brusca na oferta russa gera preocupação internacional e pressiona os preços.
O Brent e o WTI podem subir ainda mais?
Depende da duração da interrupção e do risco de novos ataques. Se a paralisação se prolongar, novas altas são prováveis.
Outros países podem ser afetados?
Sim. Países que dependem das exportações russas podem sentir impacto direto no custo da energia.









